terça-feira, 19 de junho de 2018

A FELICIDADE E AS ESCOLHAS

A FELICIDADE E AS ESCOLHAS As diferentes posições sobre a felicidade e como ser feliz em meio às escolhas? Em nosso cotidiano, ouvimos falar constantemente sobre o tema da felicidade. Muitas pessoas afirmam que desejam ser felizes, que querem alcançar a felicidade, ou que estão infelizes. Isso nos leva a refletir sobre as seguintes questões: a felicidade é um conceito objetivo ou subjetivo? Existe "a" felicidade ou cada um tem seu conceito sobre o que é ser feliz? Frente a estas dúvidas, a tendência é tentar negar a existência da felicidade. Perigosa tentação, pois às vezes é mais fácil negar a felicidade do que aceitar que ela existe e reconhecer que não a possuímos... Estamos frente a uma situação limite... pouco discutida e que quase não é refletida em nosso cotidiano corrido... Você já parou para pensar sobre o que é a felicidade? Você já se perguntou um dia por que todo mundo a deseja ou acredita na sua existência? Desde a Grécia Antiga os filósofos já se ocupavam sobre a questão da felicidade. Em especial, um grande filósofo chamado Aristóteles já postulava importantes considerações sobre esse tema. Segundo ele, todas as coisas que existem tendem para um fim. O homem, por sua vez, também existe para uma finalidade: “ser feliz”. Nesse sentido, Aristóteles constata que existe um grande consenso entre os homens: “todos querem ser felizes”; mas também há um grande descenso entre eles: “O que é a Felicidade?”. Como o próprio autor afirma em sua obra Ética a Nicômaco: “Todos estão de acordo e dizem ser o fim do homem a felicidade e identificam o bem viver e o bem agir com o ser feliz. Diferem, porém, quanto ao que seja a felicidade, o homem limitado não a concebe da mesma forma que o sábio”. Sendo assim, nem todos os homens compreendem a felicidade de maneira semelhante. Para resolver esse dilema, Aristóteles afirma que o homem verdadeiramente feliz é aquele que age segundo sua própria natureza, isto é, que age racionalmente e visa ser virtuoso, visto que para esse filósofo grego, a essência do homem é sua razão, pois todos tendem ao saber. Mas qual é de fato a nossa natureza? Muitos dizem que somos seres essencialmente bons, outros dizem que somos naturalmente maus e egoístas. Mas podemos acreditar também que somos seres inacabados... incompletos... que ao invés de nascerem com uma essência pré-estabelecida, buscam construir esta suposta essência na própria existência, na vida real, no cotidiano. Assim sendo, podemos ser tanto anjos como demônios. Nossa natureza depende de nossas escolhas, e devido a isso, nossa felicidade também dependerá delas. É o que afirma o filósofo francês Jean-Paul Sartre em sua obra “O Existencialismo é um Humanismo”: “Se verdadeiramente a existência precede a essência, o homem é responsável por aquilo que é. Assim, o primeiro esforço é o de pôr todo homem no domínio que ele é, de lhe atribuir a total responsabilidade da sua existência. E, quando dizemos que o homem é responsável por si próprio, não queremos dizer que o homem é responsável pela sua restrita individualidade, mas que é responsável por todos os homens”. Dessa maneira, eliminando uma natureza pré-definida que nos dirá o que é ser feliz, podemos analisar uma outra perspectiva sobre o tema, afirmando que a felicidade se encontra na forma como fazemos nossas escolhas, ou seja, encarando a vida da maneira como ela realmente se apresenta, vivendo-a intensamente com responsabilidade. Ora, encarar a vida tal como ela se apresenta não é tarefa fácil. Somos seres jogados na existência e estamos condenados a fazer escolhas. Cada possibilidade de existência assumida significa a renúncia de outro modo de vida. Dessa maneira, podemos acertar ou errar, ganhar ou perder. Tudo depende de nossas escolhas. A angústia é a disposição emocional que nos acompanha neste drama da existência. Como então ser feliz em uma realidade tão dura como essa? A felicidade não é uma disposição emocional. Ser feliz não é estar sempre alegre. O sofrimento e a angústia também fazem parte da vida e da própria felicidade. Se tudo na vida fosse só alegria, as pessoas não dariam real valor a felicidade... Às vezes, é preciso chorar para sabermos o quanto é bom sorrir... é preciso sentir saudades para saber o quanto gostamos de alguém... Às vezes, quando temos tudo, nada parece ter valor. A vida é constante movimento, ela é um antes, um durante e um depois. Por isso, devemos viver o momento, sem deixar de olhar para nosso passado e nos projetar para o futuro. Os momentos difíceis são parte integrante da vida e deles não podemos escapar. No entanto, estes momentos são necessários para que possamos valorizar os acontecimentos felizes e encontrarmos a felicidade. É partindo desse ponto de vista, que o filósofo Karl Jaspers ressalta: "Os problemas e conflitos podem ser a fonte de uma derrota, uma limitação para a nossa potencialidade, mas também podem dar lugar a uma maior compreensão da vida e o nascimento de uma unidade que se fortalece com o tempo." Frente a estes pontos de vista, esse artigo chega a conclusão de que a felicidade não deve ser entendida como um objetivo ditado por uma essência pré-definida existente no homem, ou como um sentimento. A felicidade pode ser entendida como a própria vida sendo vivida de maneira intensa e responsável nas próprias escolhas do dia-a-dia, seja nas alegrias ou nos sofrimentos, buscando sempre tirar um aprendizado para aquilo que ocorre conosco. Como afirma Erich Fromm: “buscar a felicidade é como caçar borboletas: quanto mais você tenta, mais ela foge. No entanto, se você deixar a borboleta voar e se preocupar com outras coisas, ela pode até pousar em seus ombros”. Responda 1 - Quais são os principais problemas filosóficos levantados logo ao início do texto a respeito do tema da felicidade? 2 - Desde que período os filósofos tratam do tema da felicidade e o qual o principal filósofo a abordar este tema? 3 - O que Aristóteles afirmava em relação à finalidade última do homem? 4 - Qual a principal divergência entre os homens quando o assunto é a busca pela felicidade? 5 - O que Aristóteles afirmava em relação ao homem verdadeiramente feliz? 6 - Para Aristóteles qual a essência do homem? 7 - O que o texto afirma em relação à natureza humana? 8 - O que o filósofo Sartre afirma sobre a responsabilidade? 9 - Procure explicar o que é felicidade e como a felicidade pode se relacionar com as angústias, as escolhas e problemas encontrados no percurso da existência. 10 – Porque se diz que existe uma relação histórica entre felicidade e Filosofia? 11 – O que é felicidade para você? Em que situações concretas de sua vida você experimentou esse estado de felicidade? 12 – De acordo com o seu livro: “FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA”. Cite 04 fontes da felicidade. 13 – Explique como: a) usar o poder da vontade; b) controlar pensamentos e paixões; c )compreender o amor ao destino; d) eliminar ou moderar os desejos. 14 – Você acha que uma pessoa pode ser plenamente feliz quando busca apenas sua felicidade individual? 15 – Você é feliz? Porque?

A FILOSOFIA DE ARISTÓTELES X THOMAS HOBBES

A FILOSOFIA DE ARISTÓTELES Aristóteles nasceu em Estagira, na Grécia, em 384 a.C. Seu pai, chamado Nicômaco, era um corajoso médico, tendo servido ao Rei Amintas, da Macedônia. Sua vida pode ser dividida em 3 fases: a primeira compreende o período em que foi discípulo de Platão; a segunda, período em que foi preceptor de soberanos; a terceira, período em que fundou e dirigiu sua escola Peripatética. Aristóteles dizia que o homem é um ser eminentemente social. É também um “animal” racional. É um “animal” político, constituído de tal modo que, por sua própria natureza, foi criado para viver com os outros em sociedade politicamente estruturada. Aristóteles identificava a condição de “animal político” do homem com o estado próprio de outros animais, como as abelhas e as formigas, que desejando e evitando as mesmas coisas e voltando suas ações para fins comuns, se agregam espontaneamente. Aristóteles formulou também os princípios de Ato e Potência. Ato é aquilo que já está sendo. Potência é a possibilidade de vir a ser. Em Deus não existe potência. Ele é Ato Puro. As obras de Aristóteles influenciaram os estudiosos de todos os tempos. Suas idéias são apreciadas até hoje, sobretudo a metafísica e a lógica. Morreu em 322 a.C. em Atenas. THOMAS HOBBES E A TEORIZAÇÃO DO ESTADO ABSOLUTO Thomas Hobbes nasceu em Malmesbury, Inglaterra, em 1588. A mãe deu-o à luz prematuramente, devido ao terror que lhe causou a notícia da chegada da “armada invencível”, de modo que, em sua autobiografia ele afirmava que sua mãe, junto com ele havia dado a luz ao seu irmão gêmeo, o medo. Thomas Hobbes tinha aversão por Aristóteles e não gostava da posição defendida por ele sobre o homem e sua comparação feita com os animais. Para ele, cada homem é diferente dos outros homens. Cada homem é um átomo de egoísmo. O homem não é de modo algum ligado aos outros homens por um consenso espontâneo como o dos animais. Existem entre os homens motivos de contendas, invejas, ódios e sedições, que não existe entre os outros animais. Os animais não percebem defeitos em sua sociedade, ao passo que o homem os percebe, querendo introduzir contínuas novidades, que constituem causas de guerras e discórdias. Os animais não têm a palavra, que nos homens é frequentemente uma trombeta de guerra e sedição. A condição em que os homens se encontram naturalmente é uma condição de guerra de todos contra todos. Cada qual tende a se apropriar de tudo aquilo que necessita para a sua própria sobrevivência e conservação. Para Hobbes, “homo homini lupus”: “o homem é o lobo do homem”. Morreu em dezembro de 1679, com 91 anos de idade. TRABALHO Nome: ................................................................................................................................................................. Data:............⁄.............⁄.................. Série: .......... Turma: ......... N°.............. 1- Faça um paralelo entre o pensamento de Aristóteles e de Thomas Hobbes, mostrando: a) Pontos semelhantes entre os dois pensadores b) Pontos diferentes entre o pensamento dos dois pensadores c) Que ponto da filosofia de Aristóteles chamou mais a sua atenção? d) Que ponto da filosofia de Thomas Hobbes chamou mais a sua atenção? e) Qual dos dois pensamentos é mais correto para aplicar em nosso meio no dia a dia, o de Aristóteles ou o de Thomas Hobbes? f) Na sociedade em que vivemos, o que está acontecendo mais na prática do dia a dia, o pensamento de Aristóteles ou de Thomas Hobbes? Porque? g) Cite alguns acontecimentos que justifica o pensamento de Aristóteles nos dias de hoje. h) Cite alguns acontecimentos que justifica o pensamento de Thomas Hobbes nos dia de hoje. 2- Faça um comentário sobre o texto expressando seu ponto de vista sobre: a) O homem como um “ser social”. b) O homem como “lobo do homem”.