sexta-feira, 7 de junho de 2019

SÉCULO XIX

O século XIX começou no dia 1º de janeiro de 1801 e terminou no dia 31 de dezembro de 1900. Foi um período histórico marcado pelo colapso dos impérios da Espanha, China, França, Sacro Império Romano-Germânico e Mogol. O século também testemunhou o crescimento da influência dos impérios Britânico, Russo, Alemão, Japonês, e dos Estados Unidos, estimulando conflitos militares, mas também avanços científicos e de exploração. Depois da derrota do Império Francês e seus aliados nas Guerras Napoleônicas, o Império Britânico adquiriu a supremacia mundial, passando a controlar um quarto da população e um quinto do território mundial. Aplicando a Pax Britannica, incentivou o comércio, e lutou contra a pirataria. O século XIX foi uma era de invenções e descobertas, com significante desenvolvimento nos campos da matemática, física, química, biologia, eletricidade e metalurgia, lançando as bases para os avanços tecnológicos do século XX. A Revolução Industrial começou na Inglaterra. A Era Vitoriana foi afamada pelo emprego de jovens crianças em fábricas e minas, além de valores morais rígidos. O Japão embarcou num programa de rápida modernização após a Restauração Meiji, antes de derrotar a China, sob a Dinastia Qing, na primeira Guerra Sino-Japonesa. Avanços medicinais, o conhecimento da anatomia humana e a prevenção de doenças que ocorreram no século XIX, foram responsáveis pela rápida aceleração do crescimento populacional no Hemisfério Ocidental. A população europeia dobrou durante o século XIX, de cerca de 200 milhões para mais de 400 milhões. A introdução de ferrovias, o primeiro grande avanço no transporte terrestre por séculos, melhorou o modo de vida das pessoas e favoreceu os grandes movimentos de urbanização nos países ao redor do globo. Várias cidades ultrapassaram populações de um milhão ou mais, durante esse século. Londres transformou-se na maior cidade do mundo e na capital do Império Britânico. A sua população expandiu de 1 milhão, em 1800, para 6,7 milhões até o final do século. Os territórios desconhecidos pelos europeus, incluindo as vastas extensões do interior da África e Ásia, foram descobertos durante esse século. No entanto, o mesmo não ocorreu com zonas extremas do Ártico e da Antártida. Em 1890, havia precisos e detalhados mapas do globo. O liberalismo tornou-se o movimento de reforma proeminente na Europa. A escravidão ou escravatura foi grandemente reduzida ao redor do mundo após o sucesso da Revolta Escrava no Haiti. A Inglaterra forçou bárbaros piratas a parar com as suas práticas de sequestro e escravismo, banindo a escravidão em todo seu domínio, além de cobrar que a sua marinha encerrasse com o comércio global de escravos. Os Estados Unidos, após a sua Guerra Civil, aboliram a escravidão em 1865. A escravidão brasileira foi abolida em 1888 (ver Abolicionismo). E a servidão foi abolida na Rússia. O século XIX também viu a rápida criação e desenvolvimento de muitos desportos, particularmente na Inglaterra e nos Estados Unidos. Assim como o futebol, rúgbi e o beisebol, muitos outros desportes foram desenvolvidos durante esse período, enquanto o Império Britânico facilitou a propagação rápida de desportos como o críquete para diferentes partes do mundo. Além de marcar a queda da ocupação otomana dos Balcãs que levou à criação da Sérvia, Bulgária, Montenegro e Romênia na sequência da Segunda Guerra Russo-Turca, seguiu-se a grande Guerra da Crimeia. Guerras, Revoltas e Revoluções Guerras Napoleónicas (1792-1815) • Invasões Napoleónicas a Portugal • Revolução de Maio (1810) • Início do processo de Independência da América Espanhola • Guerra de independência da Grécia (1821-1831) • Revoluções de 1830 • Guerra dos Farrapos (1835-45) • Guerra Grande (1838-1851) • Primeira Guerra do Ópio (1839-1842) • Guerra Mexicano-Americana (1847-1848) • Revolução húngara de 1848 • Revoluções de 1848 • Primeira Guerra de Independência Italiana (1848) • Guerra da Crimeia (1854-1856) • Segunda Guerra do Ópio (1856-60) • Segunda Guerra de Independência Italiana (1859-61) • Guerra dos Ducados do Elba (1864) • Guerra da Tríplice Aliança (1865) • Guerra Austro-prussiana (1866) • Terceira Guerra de Independência Italiana (1866) • Revolução de 1868 • Guerra franco-prussiana (1870) • Unificação da Alemanha (1871) • Comuna de Paris (1871) • Revolta do Quebra-Quilos (1874-1875) • Guerra do Pacífico (século XIX) (1879–1884) • Guerra Hispano-Americana (1898) • Revolução liberal do Porto ou Revolução Liberal Portuguesa (1820) • Dissolução do Xogunato Tokugawa • Guerra da Independência do Brasil(1822) • Guerra do Paraguai(1864-1875) • Guerra do Prata (1851-1852) • Revoltas Liberais de 1842 • Guerra Contra as Províncias Unidas • Guerra do Uruguai CIÊNCIA A Primeira Revolução industrial provoca profundas mudanças na economia e na tecnologia. O século se caracteriza por romper definitivamente com a fusão que a História havia tido com a literatura. Leopold von Ranke se compromete com a história crítica e cética. Se deixa influenciar pelas correntes filosóficas predominantes do momento, tais como o liberalismo e o nacionalismo chegando a cair inclusive no etnocentrismo, racismo e particularmente no eurocentrismo. As reflexões sobre a sociedade de Saint-Simon produziram as tendências que modificariam as tendências historiográficas: o positivismo e o materialismo histórico, também influenciado pela dialética hegeliana. Ambas entendem que o comportamento da história se encontra submetido a leis. A primeira concebe o desenvolvimento da história como processos ordenados, a segunda o concebe como resultado de estratos sociais. Além disso, os resultados apresentados por Charles Darwin representam uma importante ruptura com os paradigmas religiosos. Ao demonstrar a Origem das Espécies Darwin coloca o ser humano em pé de igualdade com toda a natureza, questionando as ideias da sua origem divina até então dominantes. MEDICINA O desenvolvimento da medicina se relaciona diretamente com a migração, superlotação das cidades e as precárias condições de vida da classe trabalhadora própria da Revolução Industrial. A sua consequência foi a proliferação das doenças infecciosas (sífilis, tuberculose) ou relacionadas com a má alimentação (pelagra, raquitismo, escorbuto). Esses problemas são cruciais para entender a origem da medicina social de Rudolf Virchow e o sistema de saúde pública de Edwin Chadwick que dariam lugar a atual medicina preventiva. A mesma Revolução Industrial, junto com numerosas guerras e revoluções, gerariam um desenvolvimento científico generalizado que contribuiria com a instauração de condições técnicas para o triunfo da assepsia, da anestesia e da cirurgia. As Revoluções liberais, promovendo cidadãos livre-pensadores, constroem uma nova medicina científica e empírica, desligada do místico e artesanal. Se culmina com a opressão dos velhos cânones éticos do absolutismo e o catolicismo instaurando novos cânones, novos calendários. O século XIX verá nascer a medicina experimental de Claude Bernard, a teoria de Omnia cellula a cellula de Rudolf Virchow, a teoria microbiana das doenças, a teoria da evolução das espécies de Charles Darwin, e a genética de Gregor Mendel. • Descoberta da infeção puerperal por Ignacio Felipe Semmelweis. • Identificação dos micro-organismos como causadores das doenças infecciosas, por Louis Pasteur e Robert Koch. Invenções • Locomotiva: Richard Trevithick, 1804. • Fotografia: Louis Jacques Daguerre, 1816. • Anestesia: William Morton, 1846. • Lâmpada incandescente: Heinrich Göbel, 1854. • Telefone: Antonio Meucci, 1854. • Dirigível: Solomon Andrews, 1863. • Termômetro Clínico: Thomas Clifford Allbutt, 1866, os termômetros anteriores demoravam uma ou mais horas para estabelecer a temperatura. • Fonógrafo: Thomas Alva Edison, 1878. • Fotófono: Alexander Graham Bell e Charles Sumner Tainter, 1880, permitia a transmissão do som por meio de uma emissão de luz. • Pilha elétrica: Alessandro Giusseppe Volta, 1881 • Sabonete: William Hesketh Lever, 1884. • Automóvel: Karl Benz, 1886. • Toca-discos: Emile Berliner, 1888. • Sensor de temperatura de resistência de platina. • Lente de Fresnel: Augustin Fresnel • Cinematógrafo: Irmãos Lumière, 1894, projetor cinematográfico. • Vitascópio: Thomas Alva Edison, 1896. • Máquina de estampar Teorias • Teoria dos números: Carl Friedrich Gauss, 1801 • Teoria da Evolução: Charles Darwin, 1859. • Teoria microbiana: John Snow, Louis Pasteur, Robert Koch e Joseph Lister. • Positivismo: Auguste Comte • Eletromagnetismo: James Maxwell, 1879 • Marxismo: Karl Marx, Friedrich Engels, 1848 • Teoria Psicanalítica: Sigmund Freud, 1896 • Teoria atômica: John Dalton Descobertas • Efeito Edison: Thomas Alva Edison, 1883, passou a eletricidade desde um fio a uma placa metálica dentro de um globo de lâmpada incandescente. • Efeito Peltier (Thomas Seebeck, 1821 e Jean Peltier, 1834), Força eletromotriz de Thomson (William Thomson, 1851), Lei de Joule (James Prescott Joule, década de 1860), propriedades termoelétricas. • Carbeto de cálcio: Friedrich Wöhler • Acetileno: Friedrich Wöhler • Vanádio: Andrés Manuel del Río, no México, em 1801, o chamou de Eritônio • Primeira enzima (lipase pancreática): Claude Bernard, 1848 • Hereditariedade: Mendel, 1865 • Síndrome de Rokitansky • Raios X: Wilhelm Conrad Röntgen, 1895 • Radioatividade: Henri Becquerel, 1896, • Elementos Químicos Rádio e Polônio: Marie Curie, 1898 ARTE • Neoclassicismo • Romantismo • Academicismo • Naturalismo • Realismo • Impressionismo • Simbolismo Trabalho de Filosofia Nome Completo: .................................................................................................................................................................. Data: ....../....../........... Série: .... Turma: ............................................. Turno: ............................. Nº: .....  Leia o texto sobre o século XIX e escreva o que se pede abaixo: 1- Comente sobre o século XIX, apontando seu contexto histórico e relacionando-o como uma era de invenções e descobertas. 2- Citar os avanços no campo das ciências, da medicina, das invenções, das teorias e das descobertas.

A FELICIDADE E AS ESCOLHAS

As diferentes posições sobre a felicidade e como ser feliz em meio às escolhas? Em nosso cotidiano, ouvimos falar constantemente sobre o tema da felicidade. Muitas pessoas afirmam que desejam ser felizes, que querem alcançar a felicidade, ou que estão infelizes. Isso nos leva a refletir sobre as seguintes questões: a felicidade é um conceito objetivo ou subjetivo? Existe "a" felicidade ou cada um tem seu conceito sobre o que é ser feliz? Frente a estas dúvidas, a tendência é tentar negar a existência da felicidade. Perigosa tentação, pois às vezes é mais fácil negar a felicidade do que aceitar que ela existe e reconhecer que não a possuímos... Estamos frente a uma situação limite... pouco discutida e que quase não é refletida em nosso cotidiano corrido... Você já parou para pensar sobre o que é a felicidade? Você já se perguntou um dia por que todo mundo a deseja ou acredita na sua existência? Desde a Grécia Antiga os filósofos já se ocupavam sobre a questão da felicidade. Em especial, um grande filósofo chamado Aristóteles já postulava importantes considerações sobre esse tema. Segundo ele, todas as coisas que existem tendem para um fim. O homem, por sua vez, também existe para uma finalidade: “ser feliz”. Nesse sentido, Aristóteles constata que existe um grande consenso entre os homens: “todos querem ser felizes”; mas também há um grande descenso entre eles: “O que é a Felicidade?”. Como o próprio autor afirma em sua obra Ética a Nicômaco: “Todos estão de acordo e dizem ser o fim do homem a felicidade e identificam o bem viver e o bem agir com o ser feliz. Diferem, porém, quanto ao que seja a felicidade, o homem limitado não a concebe da mesma forma que o sábio”. Sendo assim, nem todos os homens compreendem a felicidade de maneira semelhante. Para resolver esse dilema, Aristóteles afirma que o homem verdadeiramente feliz é aquele que age segundo sua própria natureza, isto é, que age racionalmente e visa ser virtuoso, visto que para esse filósofo grego, a essência do homem é sua razão, pois todos tendem ao saber. Mas qual é de fato a nossa natureza? Muitos dizem que somos seres essencialmente bons, outros dizem que somos naturalmente maus e egoístas. Mas podemos acreditar também que somos seres inacabados... incompletos... que ao invés de nascerem com uma essência pré-estabelecida, buscam construir esta suposta essência na própria existência, na vida real, no cotidiano. Assim sendo, podemos ser tanto anjos como demônios. Nossa natureza depende de nossas escolhas, e devido a isso, nossa felicidade também dependerá delas. É o que afirma o filósofo francês Jean-Paul Sartre em sua obra “O Existencialismo é um Humanismo”: “Se verdadeiramente a existência precede a essência, o homem é responsável por aquilo que é. Assim, o primeiro esforço é o de pôr todo homem no domínio que ele é, de lhe atribuir a total responsabilidade da sua existência. E, quando dizemos que o homem é responsável por si próprio, não queremos dizer que o homem é responsável pela sua restrita individualidade, mas que é responsável por todos os homens”. Dessa maneira, eliminando uma natureza pré-definida que nos dirá o que é ser feliz, podemos analisar uma outra perspectiva sobre o tema, afirmando que a felicidade se encontra na forma como fazemos nossas escolhas, ou seja, encarando a vida da maneira como ela realmente se apresenta, vivendo-a intensamente com responsabilidade. Ora, encarar a vida tal como ela se apresenta não é tarefa fácil. Somos seres jogados na existência e estamos condenados a fazer escolhas. Cada possibilidade de existência assumida significa a renúncia de outro modo de vida. Dessa maneira, podemos acertar ou errar, ganhar ou perder. Tudo depende de nossas escolhas. A angústia é a disposição emocional que nos acompanha neste drama da existência. Como então ser feliz em uma realidade tão dura como essa? A felicidade não é uma disposição emocional. Ser feliz não é estar sempre alegre. O sofrimento e a angústia também fazem parte da vida e da própria felicidade. Se tudo na vida fosse só alegria, as pessoas não dariam real valor a felicidade... Às vezes, é preciso chorar para sabermos o quanto é bom sorrir... é preciso sentir saudades para saber o quanto gostamos de alguém... Às vezes, quando temos tudo, nada parece ter valor. A vida é constante movimento, ela é um antes, um durante e um depois. Por isso, devemos viver o momento, sem deixar de olhar para nosso passado e nos projetar para o futuro. Os momentos difíceis são parte integrante da vida e deles não podemos escapar. No entanto, estes momentos são necessários para que possamos valorizar os acontecimentos felizes e encontrarmos a felicidade. É partindo desse ponto de vista, que o filósofo Karl Jaspers ressalta: "Os problemas e conflitos podem ser a fonte de uma derrota, uma limitação para a nossa potencialidade, mas também podem dar lugar a uma maior compreensão da vida e o nascimento de uma unidade que se fortalece com o tempo." Frente a estes pontos de vista, esse artigo chega a conclusão de que a felicidade não deve ser entendida como um objetivo ditado por uma essência pré-definida existente no homem, ou como um sentimento. A felicidade pode ser entendida como a própria vida sendo vivida de maneira intensa e responsável nas próprias escolhas do dia-a-dia, seja nas alegrias ou nos sofrimentos, buscando sempre tirar um aprendizado para aquilo que ocorre conosco. Como afirma Erich Fromm: “buscar a felicidade é como caçar borboletas: quanto mais você tenta, mais ela foge. No entanto, se você deixar a borboleta voar e se preocupar com outras coisas, ela pode até pousar em seus ombros”. Responda 1 - Quais são os principais problemas filosóficos levantados logo ao início do texto a respeito do tema da felicidade? 2 - Desde que período os filósofos tratam do tema da felicidade e o qual o principal filósofo a abordar este tema? 3 - O que Aristóteles afirmava em relação à finalidade última do homem? 4 - Qual a principal divergência entre os homens quando o assunto é a busca pela felicidade? 5 - O que Aristóteles afirmava em relação ao homem verdadeiramente feliz? 6 - Para Aristóteles qual a essência do homem? 7 - O que o texto afirma em relação à natureza humana? 8 - O que o filósofo Sartre afirma sobre a responsabilidade? 9 - Procure explicar o que é felicidade e como a felicidade pode se relacionar com as angústias, as escolhas e problemas encontrados no percurso da existência. 10 – Porque se diz que existe uma relação histórica entre felicidade e Filosofia? 11 – O que é felicidade para você? Em que situações concretas de sua vida você experimentou esse estado de felicidade? 12 – De acordo com o seu livro: “FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA”. Cite 04 fontes da felicidade. 13 – Explique como: a) usar o poder da vontade; b) controlar pensamentos e paixões; c )compreender o amor ao destino; d) eliminar ou moderar os desejos. 14 – Você acha que uma pessoa pode ser plenamente feliz quando busca apenas sua felicidade individual? 15 – Você é feliz? Porque?

SÓCRATES, OS SOFISTAS E OS SOCRÁTICOS MENORES

A FILOSOFIA DE SÓCRATES Sócrates nasceu em Atenas, em 470 a.C. e morreu em 399 a.C. Era filho de um escultor e de uma obstetriz. Não fundou nenhuma escola, como muitos outros filósofos. Realizou seus ensinamentos em locais públicos (nos ginásios, nas praças públicas, etc,). Exerceu um imenso fascínio sobre os jovens e sobre os homens de todas as idades, o que lhe custou inúmeras aversões e inimizades. Sócrates é considerado o maior filósofo de todos os tempos e o divisor da filosofia. São celebres suas frases: “Sei que nada sei” e “Conheça a ti mesmo”. Sócrates disse assim, por considerar que muitas pessoas diziam saber de tudo e percebeu que muitas pessoas não se conheciam. Sócrates não escreveu nada, considerando que sua mensagem fosse transmitida pela palavra viva, através do diálogo e da “oralidade dialética”. A Descoberta da Essência do Homem Os naturalistas procuraram responder as questões sobre a natureza. Sócrates, por sua vez concentrou definitivamente seu interesse sobre o homem. Ele procurou responder qual é a realidade última do homem, realizando com isso uma revolução no pensamento de sua época, principalmente no tradicional quadro de valores. Sócrates e o Conceito de Liberdade Para Sócrates, o verdadeiro homem livre é aquele que sabe dominar os seus instintos e o homem escravo é aquele que, não sabendo dominar seus instintos, torna-se vítima deles. Sócrates e o Conceito de Felicidade Sócrates dizia que a felicidade não pode vir das coisas exteriores do corpo, mas somente da alma, porque esta é a sua essência. Para ele, quem é virtuoso é feliz, ao passo que o malvado e o injusto é infeliz. Ele afirma que o homem pode ser feliz em qualquer que sejam as circunstâncias em que lhe cabe viver e qualquer que seja a situação no além. O homem é o verdadeiro artífice de sua própria felicidade ou infelicidade. OS SOFISTAS Na Grécia Antiga haviam professores itinerantes que percorriam as cidades ensinando, mediante pagamento, a arte da retórica às pessoas interessadas. A principal finalidade de seus ensinamentos era introduzir o cidadão na vida política. Tudo o que temos desses professores são fragmentos e citações e, por isso, não podemos saber profundamente sobre o que eles pensavam. Aquilo que temos de mais importante a respeito deles foi aquilo que disseram seus principais adversários teóricos, Platão e Aristóteles. Eles eram chamados de sofistas, termo que originalmente significaria “sábios”, mas que adquiriu o sentido de desonestidade intelectual, principalmente por conta das definições de Aristóteles e Platão. Aristóteles, por exemplo, definiu a sofística como "a sabedoria aparente, mas não real”. Para ele, os sofistas ensinavam a argumentação a respeito de qualquer tema, mesmo que os argumentos não fossem válidos, ou seja, não estavam interessados pela procura da verdade e sim pelo refinamento da arte de vencer discussões, pois para eles a verdade é relativa de acordo com o lugar e o tempo em que o homem está inserido. O contexto histórico e sociopolítico é importante para que se compreenda o papel e o pensamento dos sofistas para a sociedade grega. Embora Anaxágoras tenha sido o filósofo oficial de Atenas na época do regime de Péricles, não havia um sistema público de ensino superior. Então, jovens que podiam pagar por instrução recorriam aos sofistas a fim de se prepararem para as dificuldades que enfrentariam na vida adulta. Uma delas, imposta pelo exercício da democracia, era a dificuldade de resolver divergências pelo diálogo tendo em vista um interesse comum. O termo “sofista” não corresponde, portanto, a uma escola filosófica e sim a uma prática. Mesmo assim, podemos elencar algumas caracterizações comuns aos sofistas: a) Oposição entre natureza e cultura: Pelo que sabemos, podemos dizer que a maior parte dos sofistas tinha seu interesse filosófico concentrado nos problemas do homem e da natureza. Isso significa que aquilo que é dado por natureza não pode ser mudado, como a necessidade que os homens têm de se alimentar. O que é dado por cultura pode ser mudado, como, por exemplo, aquilo que os homens escolhem como alimento. Ou seja, todos nós precisamos da alimentação para continuarmos vivos, mas na China, a carne dos cães pode fazer parte do cardápio e, na Índia, o homem não pode se alimentar da carne bovina, pois a vaca é considerada um animal sagrado. b) Relativismo. Para os sofistas, tudo o que se refere à vida prática, como a religião e a política, era considerado fatores culturais, logo podiam ser modificados. Dessa forma, colocavam as normas e hábitos em dúvida quanto à sua pertinência e legitimidade. Como eles eram relativistas, suas questões podiam ser levadas para o seguinte sentido: as leis estabelecidas são pertinentes para essa cidade ou precisam ser mudadas? c) A existência dos deuses. Para os sofistas, é mais provável que os deuses não existam, mas eles não rejeitam completamente a existência, como Platão, por exemplo. Portanto, eles são mais próximos do agnosticismo do que do ateísmo. A diferença entre os sofistas e aqueles que acreditavam nos deuses – e a educação grega esteve, no início, ligada à existência e interferência dos deuses nos destinos da humanidade – é que eles preferiam não se pronunciar a respeito. Mas, se os deuses existissem, eles não teriam formas e pensamentos humanos. d) A natureza da alma. A definição de alma para os sofistas é de uma natureza passiva e podia ser modelada pelo conhecimento que vem do exterior. Isso é muito importante para a prática que eles exerciam, pois, se as pessoas possuem almas passivas, elas podem ser convencidas de qualquer discurso proferido de forma encantadora. Por isso, era preciso lapidar a técnica a fim de levar as pessoas a pensarem de um modo que favoreça o orador, ou seja, aquele que está falando para o público. A resistência que alguma pessoa oferece a algo que é dito não seria proveniente da capacidade de refletir ou questionar e sim era decorrência da inabilidade discursiva do orador. e) Rejeitam questões metafísicas. Os sofistas estavam bastante empenhados em resolver questões da vida prática da pólis. Aquilo que contribuiria para uma vida melhor com os outros ou para atender às necessidades imediatas era o centro de suas preocupações. Por concentrarem seus esforços para pensar naquilo que consideravam útil, questões como a origem do seres, a vida após a morte e a existência dos deuses, ou seja, questões de ordem metafísica eram rejeitadas. f) A habilidade de argumentar, mesmo se as teses fossem contraditórias, também era um de seus fundamentos. Apesar da dura crítica feita a eles, o trabalho dos sofistas respondia a uma necessidade da época: com o desenvolvimento e a consolidação da democracia na Atenas do século V a.C., era imprescindível desenvolver a habilidade de argumentar em público, defender suas próprias ideias e convencer a maior parte da assembleia a concordar com aquilo que os beneficiaria individualmente. g) Antilógica. Uma estratégia de ensino comum aos sofistas era ensinar os jovens a defenderem uma posição para, em seguida, defenderem seu oposto. Essa técnica argumentativa foi chamada de antilógica e foi criticada por Platão e Aristóteles por corromper os jovens com a prática da mentira. Historiadores contemporâneos, no entanto, consideram essa técnica como uma atividade característica do espírito democrático por respeitar a existência de opiniões diferentes (cf. CHAUÍ, Marilena). Os mais conhecidos sofistas foram Protágoras de Abdera (c. 490-421 a.C.), Górgias de Leontinos (c. 487-380 a.C.), Hípias de Élis, Isócrates de Atenas, Licofron, Pródicos e Trasímaco. OS SOCRÁTICOS MENORES Os socráticos, no sentido pleno da palavra, são Platão e Aristóteles. Mas é necessária uma breve menção sobre os socráticos menores, que fundaram escolas e procuraram juntar a filosofia socrática com a do período anterior. São quatro: Escola Megárica ou de Megara, Escola Elíaca (1), Escola Cirenaica ou Hedonista e Escola Cínica. Escola Megárica: Fundada pelo discípulo de Sócrates, Euclides de Megara (444 a 369 AC), tentou juntar a ética de Sócrates com o monismo antológico dos eleatas, ou, de outra forma, desenvolver a filosofia eleática a partir do ponto de vista ético. Escola Elíaca: Fundada pelo discípulo de Sócrates, Fédon, da cidade de Elis, não teve grande discrepância da escola megárica. Os filósofos aqui também se estregaram em demasia a dialética erística (2). Nada de maior importância há na História sobre estes filósofos. Escola cirenaica ou Hedonista: Fundada por Aristipo de Cirene (435 a 355 AC), discípulo de Sócrates, ensinou o subjetivismo sensível, quer dizer, que a especulação é vã e que a sensação nada nos ensina fora do presente estado subjetivo. Os cirenaicos aplicaram este subjetivismo da sensibilidade na Ética.: o supremo humano não é a virtude, mas a felicidada, e esta, por sua vez, consiste no deleite que deve ser considerado como um prazer que passa e não como um estado ou maneira permanente. O conhecimento e a virtude não passam de meios para alcançar o deleite, o primeiro (conhecimento) remove os entraves, o que nos separa da aquisição de prazer, e a virtude nos ajuda a ser moderados no deleite, para que possam ser gozados por mais tempo. Escola cínica: Fundada por Antístenes de Atenas (444 a 369 AC), discípulo de Górgias e depois de Sócrates, cultivou a princípio a ética socrática, mas desviou para um exagero de desapego da civilização que consideravam a causa dos homens não serem bons. Desejaram uma volta a vida mais primitiva possível afirmando que aquele que é inteiramente feliz não necessita de cultura e da civilização. Diógenes de Sinope é um dos discípulos deste escola. Trabalho de Filosofia Nome Completo: .................................................................................................................................................................. Data: ....../....../........... Série: .... Turma: ........................................................ Turno: ............................. Nº: ..... 1- Caracterizar o nascimento do filósofo Sócrates. Onde Sócrates realizou seus ensinamentos? 2- O que significa dizer que Sócrates exerceu um imenso fascínio sobre as pessoas de todas as idades? 3- Citar as duas frases célebres de Sócrates, comentando sobre seus significados. 4- Comente sobre as virtudes de que fala Sócrates. 5- Sócrates afirma que ninguém erra por sua própria vontade. Quem faz o mal, faz por ignorância do bem. Dê sua opinião. 6- Qual é o verdadeiro homem livre para Sócrates? Qual é o homem escravo Sócrates? 7- Na sua opinião, a liberdade existe? Explique 8- Dê sua opinião: A felicidade existe? Justifique sua resposta. 9- Comente sobre o conceito de felicidade apresentado por Sócrates. 10- Para Sócrates, o homem pode ser feliz qualquer que sejam as circunstâncias em que lhe cabe viver e qualquer que seja a situação no além. O homem é o verdadeiro artífice de sua própria felicidade ou infelicidade. Comente e dê sua opinião. 11- Estabeleça a diferença básica entre o ensinamento de Sócrates e os sofistas. 12- Qual é o significado do termo sofista? Comente. 13- Citar as principais características do ensinamento dos sofistas. 14- Citar os principais sofistas que aparecem no texto. 15- Citar as principais escolas dos socráticos menores com seus respectivos fundadores.