terça-feira, 25 de setembro de 2018

A FILOSOFIA MODERNA

Chamamos de filosofia moderna o período da filosofia que começou no século XV quando teve início a Idade Moderna. Ela permaneceu até o século XVIII, com a chegada da Idade Contemporânea. Baseada na experimentação, a filosofia moderna vem questionar valores relacionados com os seres humanos bem como sua relação com a natureza. O racionalismo e o empirismo demostram essa mudança. O primeiro está associado a razão humana (considerada uma extensão do poder divino), e o segundo está baseado na experiência. Contexto Histórico O final de Idade Média esteve calcada no conceito de teocentrismo (Deus no centro do mundo) e no sistema feudal, terminou com o advento da Idade Moderna. Essa fase reúne diversas descobertas científicas (nos campos da astronomia, ciências naturais, matemática, física, etc.) o que deu lugar ao pensamento antropocêntrico (homem no centro do mundo). Assim, esse período esteve marcado pela revolução do pensamento filosófico e científico. Isso porque deixou de lado as explicações religiosas do medievo e criou novos métodos de investigação científica. Foi dessa maneira que o poder da Igreja Católica foi enfraquecendo cada vez mais. Nesse momento, o humanismo tem um papel centralizador oferecendo uma posição mais ativa do ser humano na sociedade. Ou seja, como um ser pensante e com maior liberdade de escolha. Diversas transformações ocorreram no pensamento europeu da época dos quais se destacam: • a passagem do feudalismo para o capitalismo; • o surgimento da burguesia; • a formação dos estados nacionais modernos; • o absolutismo; • o mercantilismo; • a reforma protestante; • as grandes navegações; • a invenção da imprensa; • a descoberta do novo mundo; • o início do movimento renascentista. Principais Características As principais características da filosofia moderna estão pautadas nos seguintes conceitos: • Antropocentrismo e Humanismo • Cientificismo • Valorização da natureza • Racionalismo (razão) • Empirismo (experiências) • Liberdade e idealismo • Renascimento e iluminismo • Filosofia laica (não religiosa) Principais Filósofos Modernos Confira abaixo os principais filósofos e os problemas filosóficos da Idade Moderna: Michel de Montaigne (1523-1592) Inspirado no epicurismo, estoicismo, humanismo e ceticismo, Montaigne foi um filósofo, escritor e humanista francês. Trabalhou com temas da essência humana, moral e política. Foi o criador do gênero textual ensaio pessoal quando publicou sua obra “Ensaios”, em 1580. Nicolau Maquiavel (1469-1527) Considerado “Pai do Pensamento Político Moderno”, Maquiavel foi filósofo e político italiano do período do Renascimento. Ele introduziu princípios morais e éticos para a Política. Separou a política da ética, teoria analisada em sua obra mais emblemática “O Príncipe”, publicada postumamente em 1532. Jean Bodin (1530-1596) Filósofo e jurista francês, Bodin contribuiu para a evolução do pensamento político moderno. Sua "teoria do direito divino dos reis", foi analisada em sua obra “A República”. Segundo ele, o poder político estava concentrado numa só figura que representa a imagem de Deus na Terra, baseada nos preceitos da monarquia. Francis Bacon (1561-1626) Filósofo e político britânico, Bacon colaborou com a criação de um novo método científico. Assim, é considerado um dos fundadores do "método indutivo de investigação científica", baseado nas observações dos fenômenos naturais. Além disso, apresentou a “teoria dos ídolos” em sua obra “Novum Organum”, que, segundo ele, alteravam o pensamento humano bem como prejudicava o avanço da ciência. Galileu Galilei (1564-1642) “Pai da Física e da Ciência Moderna”, Galileu foi um astrônomo, físico e matemático italiano. Colaborou com diversas descobertas científicas na sua época. Grande parte esteve baseada na teoria heliocêntrica de Nicolau Copérnico (a Terra gira em torno do sol), contrariando assim, os dogmas expostos pela Igreja Católica. Ademais, foi criador do “método matemático experimental”, o qual está baseado na observação dos fenômenos naturais, experimentações e valorização da matemática. René Descartes (1596-1650) Filósofo e matemático francês, Descartes é reconhecido por uma de suas célebres frases: “Penso, logo existo”. Foi criador do pensamento cartesiano, sistema filosófico que deu origem à Filosofia Moderna. Esse tema foi analisado em sua obra “O Discurso sobre o Método”, um tratado filosófico e matemático, publicado em 1637. Baruch Espinosa (1632-1677) Filósofo holandês, Espinosa baseou suas teorias num racionalismo radical. Criticou e combateu as superstições (religiosa, política e filosófica) que, segundo ele, estariam pautadas na imaginação. A partir disso, o filósofo acreditava na racionalidade de um Deus transcendental e imanente identificado com a natureza, o qual fora analisado em sua obra “Ética”. Blaise Pascal (1623-1662) Filósofo e matemático francês, Pascal contribuiu com estudos pautados na busca da verdade, refletidos na tragédia humana. Segundo ele, a razão não seria o fim ideal para provar a existência de Deus, uma vez que o ser humano é impotente e está limitado às aparências. Em sua obra “Pensamentos”, apresenta suas principais indagações acerca da existência de um Deus baseado no racionalismo. Thomas Hobbes (1588-1679) Filósofo e teórico político inglês, Hobbes buscou analisar as causas e propriedades das coisas, deixando de lado a metafísica (essência do ser). Baseado nos conceitos do materialismo, mecanicismo e empirismo, desenvolveu sua teoria. Nela, a realidade é explicada pelo corpo (matéria) e por seus movimentos (aliados à matemática). Sua obra mais emblemática é um tratado político denominado de “Leviatã” (1651), mencionando a teoria do “contrato social” (existência de um soberano). John Locke (1632-1704) Filósofo inglês empirista, Locke foi precursor de muitas ideias liberais criticando assim, o absolutismo monárquico. Segundo ele, todo o conhecimento era proveniente da experiência. Com isso, o pensamento humano estaria pautado nas ideias de sensações e reflexão onde a mente seria uma "tábula rasa" no momento do nascimento. Assim, as ideias são adquiridas ao longo da vida a partir de nossas experiências. David Hume (1711-1776) Filósofo e diplomata escocês, Hume seguia a linha empirista e do ceticismo. Criticou o racionalismo dogmático e o raciocínio indutivo, analisados em sua obra “Investigação Acerca do Entendimento Humano”. Nessa obra, ele defende a ideia do desenvolvimento do conhecimento a partir da experiência sensível, donde as percepções estariam divididas em: impressões (associadas aos sentidos); ideias (representações mentais resultantes das impressões). Montesquieu (1689-1755) Filósofo e jurista francês do iluminismo, Montesquieu foi um defensor da democracia e crítico do absolutismo e do catolicismo. Sua maior contribuição teórica foi a separação dos poderes estatais em três poderes(poder executivo, poder legislativo e poder judiciário). Essa teoria foi formulada em sua obra O Espírito das Leis (1748). Segundo ele, essa caracterização protegeria as liberdades individuais, ao mesmo tempo que evitaria abusos dos governantes. Voltaire (1694-1778) Filósofo, poeta, dramaturgo e historiador francês foi um dos mais importantes pensadores do Iluminismo, movimento baseado na razão. Defendeu a monarquia governada por um soberano esclarecido e a liberdade individual e de pensamento, ao mesmo tempo que criticou a intolerância religiosa e o clero. Segundo ele, a existência de Deus seria uma necessidade social e, portanto, se não fosse possível confirmar sua existência, teríamos de inventá-lo. Denis Diderot (1713-1784) Filósofo e enciclopedista do iluminismo francês, ao lado de Jean le Rond D’Alembert (1717-1783), ele organizou a “Enciclopédia”. Essa obra de 33 volumes reunia os conhecimentos de diversas áreas. Contou com a colaboração de diversos pensadores, tal qual Montesquieu, Voltaire e Rousseau. Essa publicação foi primordial para a expansão do pensamento moderno burguês da época e dos ideais iluministas. Rousseau (1712-1778) Jean-Jacques Rousseau foi um filósofo social e escritor suíço e uma das mais importantes figuras do movimento iluminista. Foi um defensor da liberdade e crítico do racionalismo. Na área da filosofia investigou temas acerca das instituições sociais e políticas. Suas obras mais destacadas são: “Discurso sobre a origem e os fundamentos das desigualdades entre os homens” (1755) e “Contrato Social” (1972). Adam Smith (1723-1790) Filósofo e economista escocês, Smith foi o principal teórico do liberalismo econômico, criticando assim o sistema mercantilista. Sua obra mais emblemática é o “Ensaio sobre a riqueza das nações”. Aqui, ele defende uma economia baseada na lei da oferta e procura, o que resultaria na autorregulação do mercado e consequentemente, supriria as necessidades sociais. Immanuel Kant (1724-1804) Filósofo alemão iluminista, Kant buscou explicar os tipos de juízos e conhecimento desenvolvendo um “exame crítico da razão”. Em sua obra “Crítica da razão pura” (1781) ele apresenta duas formas que levam ao conhecimento: o conhecimento empírico (a posteriori) e o conhecimento puro (a priori). Além dessa obra, merece destaque a “Crítica da razão prática” (1788). Em resumo, na filosofia Kantiana, o conhecimento seria resultado da sensibilidade e do entendimento. FRIEDRICH HEGEL ( 1770 – 1831) Nasceu em Estutigarda, Alemanha. Seu pai era funcionário público e a família não carecia de recursos. Dotado de inteligência excepcional e cultura enciclopédica, foi professor nas universidades de Lena, Heidelberg e Berlim, onde passou a ser o filósofo oficial do estado prussiano. Desde jovem foi grande metódico, estudioso incansável, versado em vários campos do saber. Em 1788, matriculou-se na universidade de Tubinga, estudando filosofia durante um biênio e teologia durante um triênio. Na universidade, estabeleceu relações de amizade com companheiros de estudo destinados a se tornarem protagonistas da cultura alemã. Juntamente com Schelling e Holderlin, participou da cerimônia que celebrou os ideais da revolução francesa com a simbólica plantação da árvore da liberdade. Hegel escreveu sua obra principal chamada de Fenomenologia do Espírito e nela elaborou a forma mais completa do idealismo expressa na sua famosa frase: “tudo aquilo que real é racional e tudo aquilo que é racional é real”. Procurou interpretar a totalidade dos fatos e da história, quando disse: “infeliz é o povo que não conhece sua história, pois está condenado a cometer no futuro os mesmos erros do passado”. Criou o método dialético que se faz em três momentos: tese, antítese e síntese.

domingo, 9 de setembro de 2018

RENÉ DESCARTES E A DÚVIDA METÓDICA

René Descartes nasceu em La Haye, na França, em 31 de março de 1596. fez seus primeiros estudos no famoso colégio de La Fleche, onde aprendeu a filosofia tradicional. Sonhou várias vezes que sua vocação consistia em reformar a ciência e procurar a verdade, apoiando-se apenas na razão. Descartes estabeleceu a moral provisória em sua filosofia, fundamentando-a em quatro máximas: 1ª – Obedecer as leis, os costumes e a religião em que foi instruído; 2ª – Perseverar o mais firme possível em suas ações; 3ª – Procurar vencer a si mesmo e seus desejos; 4ª – Cultivar a razão, progredindo o máximo no conhecimento verdadeiro. No seu famoso discurso sobre o método, formulou suas regras fundamentais: 1ª – Regra da Evidência: só admitir como verdadeiras as idéias claras e distintas, que excluam qualquer possibilidade de dúvida. 2ª – Regra da Análise: Dividir os problemas em tantas partes quantas sejam necessárias para chegar do complexo ao mais simples. 3ª –Regra da Síntese: Ir conduzindo o pensamento dos objetos simples aos mais complexos, supondo uma ordem natural entre eles. 4ª – Regra da Verificação: Fazer enumerações completas e revisões gerais certificando-se de não ter esquecido nada. Em sua filosofia, Descartes usa a Dúvida Metódica. Para ele, os sentidos podem muitas vezes nos enganar. Inclusive, todo universo poderia ser uma ilusão arquitetada por um gênio maligno para enganar as pessoas. No entanto, nada resiste a dúvida. A única certeza que se pode ter é a certeza de que está duvidando. “Posso duvidar de tudo, mas não posso duvidar de que estou duvidando. Se duvido penso, se penso, existo”. A filosofia, seguindo essa orientação, deixa de ser ciência do ser, passando a doutrina do conhecimento.Foi considerado o Fundador da Filosofia Moderna. Trabalho de Filosofia Nome Completo:.................................................................................... Data: ......./......./........... série: .......... Turma: ..... Turno:............... Nº: ....... 1- Caracterizar o nascimento do filósofo René Descartes. 2- Qual era o sonho filosófico de Descartes. 3- Quais são as 4 regras fundamentais do discurso sobre o método de Descartes? 4- “Posso duvidar de tudo, mas não posso duvidar de que estou duvidando. Se duvido penso, se penso existo”. Comente. 5- Você costuma obedecer as leis, os costumes e a religião em que foi instruído? Caso afirmativo, comente. 6- Na família, na escola, no seu trabalho ou na sociedade em que vive você tem preocupações com as coisas que faz? Justifique 7- Você tem alguma dúvida sobre o ser humano, sobre Deus e o mundo? Explique. 8- Você é daquelas pessoas que duvidam de si mesmo (a) ? 9- Citar as 4 máximas da moral provisória de Descartes. 10- Para Descartes, a essência do homem é o pensamento e a ideia de Deus seria necessário para garantir a existência do mundo. Dê sua opinião. 11- Para Descartes o mundo é visto como uma máquina. E para você? Explique. 12- Como Descartes é considerado para a Filosofia? Justifique.

DEPOIMENTOS DE CIENTISTAS SOBRE A EXISTÊNCIA DE DEUS

• Cícero, disse: Não há povo tão primitivo, tão bárbaro, que não admita a existência de deuses, ainda que se engane sobre a sua natureza. • Plutarco: Podereis encontrar uma cidade sem muralhas, sem edifícios, sem ginásios, sem leis, sem uso de moedas como dinheiro ou sem cultura das letras. Mas um povo sem Deus, sem oração, sem juramentos, sem ritos religiosos, sem sacrifícios, tal nunca se viu. • Jung: Entre todos os meus pacientes de mais de trinta e cinco anos não há nenhum cujo problema não seja o da religação religiosa. A raiz da enfermidade de todos está em terem perdido o que a religião deu a seus crentes, em todos os tempos; e ninguém está realmente curado enquanto não tiver atingido, de novo, o seu enfoque religioso. • Pavlov - Quando foi perguntado: Crê o Senhor que a fé no desenvolvimento do mundo é conciliável com a fé num Criador? Ele respondeu que não; mas teve a fineza de acrescentar: Não considero minha falta de fé como uma vantagem, mas como uma desvantagem para mim pessoalmente, em comparação com os que têm fé. • Voltaire (1694-1778) – É considerado um racionalista e afirmou: O mundo me perturba e não posso imaginar que este relógio funcione e não tenha tido relojoeiro. • Max Planck (1858-1947) - recebeu o prêmio Nobel de física em 1918, pela descoberta do quantum de energia. Assim ele afirmou: O impulso de nosso conhecimento exige que se relacione a ordem do universo com Deus. • Antoine Henri Becquerel (1852-1908) – Recebeu o prêmio Nobel de física em 1903, descobridor da radioatividade. Disse: Foram minhas pesquisas que me levaram a Deus. • Andrews Milikan (1868-1953) – Recebeu o prêmio Nobel de física, em 1923, pela descoberta da carga elétrica elementar. Suas palavras: A negação de Deus carece de toda base científica. • Albert Einstein (1879-1955) – Recebeu o prêmio Nobel de física em 1921, pela descoberta do efeito foto-elétrico. O grande cientista abandonou a fé judaica e a crença em Deus quando estudou profundamente a força presente na matéria. Mas quando suas descobertas sobre o átomo foram usadas pelos norte-americanos para construir a bomba atômica, sua decepção com a fragilidade e a incapacidade do ser humano de usar os conhecimentos científicos para o progresso do mundo foi tão grande que ele voltou a acredita em Deus. Ele morreu convicto de que existe, para as questões da existência humana, uma resposta maior e que vai muito além da ciência. Duas afirmações dele provam esta convicção: Quanto mais acredito na ciência, mais acredito em Deus. E ainda: O universo é inexplicável sem Deus. • Edward Mitchell, astronauta da Apolo 14, um dos primeiros homens a pisar na lua. Ele disse: O universo é a verdadeira revelação da divindade, uma prova de ordem universal da existência de uma inteligência acima de tudo o que podemos compreender. • Max Scheler (Filósofo alemão contemporâneo): Há uma lei essencial: todo espírito finito crê em um Deus ou em um ídolo. A descrença em Deus, ou melhor, a alucinação persistente, que leva a por um bem similar em lugar de Deus (como o Estado, a arte, uma mulher, o dinheiro, a ciência, etc) ou tratá-lo como se fosse um Deus, tem sempre uma causa especial na vida do homem. Se se descobre esta causa, se despoja o homem do véu que oculta a alma da idéia de Deus e ele mesmo, o ato religioso, que havia sido desviado, volta por si mesmo a seu objeto adequado, formando-se a idéia de Deus. Trabalho de Filosofia Nome:................................................................................................................................................. Data:......../......../............. Série: ...... Turma:.... Turno: ................................ Nº....... Leia o texto Depoimentos de Cientistas sobre a Existência de Deus e responda. 1.De acordo com o pensamento de Cícero, não há povo ..........................................................,................................................................,que não admita a ..................................................................................................................sobre sua natureza. 2.Plutarco disse: Poderá encontrar uma ..............................,sem................................................,sem..........................................,sem............................, sem o ......................................ou sem..............................................Mas um povo sem................................,................................,..................................sem..............................., tal nunca se viu. 3.O que Jung falou sobre seus pacientes? Segundo ele, onde estava a raiz de suas enfermidades? Quando é que se dava a cura dos pacientes? 4.Qual foi a resposta de Pavlov quando foi perguntado sobre sua crença no desenvolvimento e a fé num criador? O que ele acrescentou? 5.Com que voltaire compara Deus e o mundo? 6.Sobre Deus e o conhecimento Max Planck afirmou:....................................................................................... 7.O que Antoine Henri Becquerel disse sobre as pesquisas e Deus? 8.O que Andrews Milikan falou sobre a negação de Deus? 9.Escrever as duas frases(afirmações) de Albert Eistein sobre a existência de Deus. 10.Qual foi a afirmação de Edward Mitchell sobre Deus e o universo? 11.Para Max Sheler, todo espírito ...........................................................................................ou em um ídolo. 12.Qual é o depoimento dos cientistas que mais identifica com sua maneira de pensar sobre a existência de Deus? Justifique sua resposta.

SÉCULO XIX

O século XIX começou no dia 1 de janeiro de 1801 e terminou no dia 31 de dezembro de 1900. Foi um período histórico marcado pelo colapso dos impérios da Espanha, China, França, Sacro Império Romano-Germânico e Mogol. O século também testemunhou o crescimento da influência dos impérios Britânico, Russo, Alemão, Japonês, e dos Estados Unidos, estimulando conflitos militares, mas também avanços científicos e de exploração. Depois da derrota do Império Francês e seus aliados nas Guerras Napoleônicas, o Império Britânico adquiriu a supremacia mundial, passando a controlar um quarto da população e um quinto do território mundial. Aplicando a Pax Britannica, incentivou o comércio, e lutou contra a pirataria. O século XIX foi uma era de invenções e descobertas, com significante desenvolvimento nos campos da matemática, física, química, biologia, eletricidade e metalurgia, lançando as bases para os avanços tecnológicos do século XX. A Revolução Industrial começou na Inglaterra. A Era Vitoriana foi afamada pelo emprego de jovens crianças em fábricas e minas, além de valores morais rígidos. O Japão embarcou num programa de rápida modernização após a Restauração Meiji, antes de derrotar a China, sob a Dinastia Qing, na primeira Guerra Sino-Japonesa. Avanços medicinais, o conhecimento da anatomia humana e a prevenção de doenças que ocorreram no século XIX, foram responsáveis pela rápida aceleração do crescimento populacional no Hemisfério Ocidental. A população europeia dobrou durante o século XIX, de cerca de 200 milhões para mais de 400 milhões. A introdução de ferrovias, o primeiro grande avanço no transporte terrestre por séculos, melhorou o modo de vida das pessoas e favoreceu os grandes movimentos de urbanização nos países ao redor do globo. Várias cidades ultrapassaram populações de um milhão ou mais, durante esse século. Londres transformou-se na maior cidade do mundo e na capital do Império Britânico. A sua população expandiu de 1 milhão, em 1800, para 6,7 milhões até o final do século. Os territórios desconhecidos pelos europeus, incluindo as vastas extensões do interior da África e Ásia, foram descobertos durante esse século. No entanto, o mesmo não ocorreu com zonas extremas do Ártico e da Antártida. Em 1890, havia precisos e detalhados mapas do globo. O liberalismo tornou-se o movimento de reforma proeminente na Europa. A escravidão ou escravatura foi grandemente reduzida ao redor do mundo após o sucesso da Revolta Escrava no Haiti. A Inglaterra forçou bárbaros piratas a parar com as suas práticas de sequestro e escravismo, banindo a escravidão em todo seu domínio, além de cobrar que a sua marinha encerrasse com o comércio global de escravos. Os Estados Unidos, após a sua Guerra Civil, aboliram a escravidão em 1865. A escravidão brasileira foi abolida em 1888 (ver Abolicionismo). E a servidão foi abolida na Rússia. O século XIX também viu a rápida criação e desenvolvimento de muitos desportos, particularmente na Inglaterra e nos Estados Unidos. Assim como o futebol, rúgbi e o beisebol, muitos outros desportes foram desenvolvidos durante esse período, enquanto o Império Britânico facilitou a propagação rápida de desportos como o críquete para diferentes partes do mundo. Além de marcar a queda da ocupação otomana dos Balcãs que levou à criação da Sérvia, Bulgária, Montenegro e Romênia na sequência da Segunda Guerra Russo-Turca, seguiu-se a grande Guerra da Crimeia. Guerras, Revoltas e Revoluções Guerras Napoleónicas (1792-1815) *Invasões Napoleónicas a Portugal * Revolução de Maio (1810) • Início do processo de Independência da América Espanhola • Guerra de independência da Grécia (1821-1831) • Revoluções de 1830 • Guerra dos Farrapos (1835-45) • Guerra Grande (1838-1851) • Primeira Guerra do Ópio (1839-1842) • Guerra Mexicano-Americana (1847-1848) • Revolução húngara de 1848 • Revoluções de 1848 • Primeira Guerra de Independência Italiana (1848) • Guerra da Crimeia (1854-1856) • Segunda Guerra do Ópio (1856-60) • Segunda Guerra de Independência Italiana (1859-61) • Guerra dos Ducados do Elba (1864) • Guerra da Tríplice Aliança (1865) • Guerra Austro-prussiana (1866) • Terceira Guerra de Independência Italiana (1866) • Revolução de 1868 • Guerra franco-prussiana (1870) • Unificação da Alemanha (1871) • Comuna de Paris (1871) • Revolta do Quebra-Quilos (1874-1875) • Guerra do Pacífico (século XIX) (1879–1884) • Guerra Hispano-Americana (1898) • Revolução liberal do Porto ou Revolução Liberal Portuguesa (1820) • Dissolução do Xogunato Tokugawa • Guerra da Independência do Brasil(1822) • Guerra do Paraguai(1864-1875) • Guerra do Prata (1851-1852) • Revoltas Liberais de 1842 • Guerra Contra as Províncias Unidas • Guerra do Uruguai Ciência A Primeira Revolução industrial provoca profundas mudanças na economia e na tecnologia. O século se caracteriza por romper definitivamente com a fusão que a História havia tido com a literatura. Leopold von Ranke se compromete com a história crítica e cética. Se deixa influenciar pelas correntes filosóficas predominantes do momento, tais como o liberalismo e o nacionalismo chegando a cair inclusive no etnocentrismo, racismo e particularmente no eurocentrismo. As reflexões sobre a sociedade de Saint-Simon produziram as tendências que modificariam as tendências historiográficas: o positivismo e o materialismo histórico, também influenciado pela dialética hegeliana. Ambas entendem que o comportamento da história se encontra submetido a leis. A primeira concebe o desenvolvimento da história como processos ordenados, a segunda o concebe como resultado de estratos sociais. Além disso, os resultados apresentados por Charles Darwin representam uma importante ruptura com os paradigmas religiosos. Ao demonstrar a Origem das Espécies Darwin coloca o ser humano em pé de igualdade com toda a natureza, questionando as ideias da sua origem divina até então dominantes. Medicina O desenvolvimento da medicina se relaciona diretamente com a migração, superlotação das cidades e as precárias condições de vida da classe trabalhadora própria da Revolução Industrial. A sua consequência foi a proliferação das doenças infecciosas (sífilis, tuberculose) ou relacionadas com a má alimentação (pelagra, raquitismo, escorbuto). Esses problemas são cruciais para entender a origem da medicina social de Rudolf Virchow e o sistema de saúde pública de Edwin Chadwick que dariam lugar a atual medicina preventiva. A mesma Revolução Industrial, junto com numerosas guerras e revoluções, gerariam um desenvolvimento científico generalizado que contribuiria com a instauração de condições técnicas para o triunfo da assepsia, da anestesia e da cirurgia. As Revoluções liberais, promovendo cidadãos livre-pensadores, constroem uma nova medicina científica e empírica, desligada do místico e artesanal. Se culmina com a opressão dos velhos cânones éticos do absolutismo e o catolicismo instaurando novos cânones, novos calendários. O século XIX verá nascer a medicina experimental de Claude Bernard, a teoria de Omnia cellula a cellula de Rudolf Virchow, a teoria microbiana das doenças, a teoria da evolução das espécies de Charles Darwin, e a genética de Gregor Mendel. • Descoberta da infeção puerperal por Ignacio Felipe Semmelweis. • Identificação dos micro-organismos como causadores das doenças infecciosas, por Louis Pasteur e Robert Koch. Invenções • Locomotiva: Richard Trevithick, 1804. • Fotografia: Louis Jacques Daguerre, 1816. • Anestesia: William Morton, 1846. • Lâmpada incandescente: Heinrich Göbel, 1854. • Telefone: Antonio Meucci, 1854. • Dirigível: Solomon Andrews, 1863. • Termômetro Clínico: Thomas Clifford Allbutt, 1866, os termômetros anteriores demoravam uma ou mais horas para estabelecer a temperatura. • Fonógrafo: Thomas Alva Edison, 1878. • Fotófono: Alexander Graham Bell e Charles Sumner Tainter, 1880, permitia a transmissão do som por meio de uma emissão de luz. • Pilha elétrica: Alessandro Giusseppe Volta, 1881 • Sabonete: William Hesketh Lever, 1884. • Automóvel: Karl Benz, 1886. • Toca-discos: Emile Berliner, 1888. • Sensor de temperatura de resistência de platina. • Lente de Fresnel: Augustin Fresnel • Cinematógrafo: Irmãos Lumière, 1894, projetor cinematográfico. • Vitascópio: Thomas Alva Edison, 1896. • Máquina de estampar Teorias • Teoria dos números: Carl Friedrich Gauss, 1801 • Teoria da Evolução: Charles Darwin, 1859. • Teoria microbiana: John Snow, Louis Pasteur, Robert Koch e Joseph Lister. • Positivismo: Auguste Comte • Eletromagnetismo: James Maxwell, 1879 • Marxismo: Karl Marx, Friedrich Engels, 1848 • Teoria Psicanalítica: Sigmund Freud, 1896 • Teoria atômica: John Dalton Descobertas • Efeito Edison: Thomas Alva Edison, 1883, passou a eletricidade desde um fio a uma placa metálica dentro de um globo de lâmpada incandescente. • Efeito Peltier (Thomas Seebeck, 1821 e Jean Peltier, 1834), Força eletromotriz de Thomson (William Thomson, 1851), Lei de Joule (James Prescott Joule, década de 1860), propriedades termoelétricas. • Carbeto de cálcio: Friedrich Wöhler • Acetileno: Friedrich Wöhler • Vanádio: Andrés Manuel del Río, no México, em 1801, o chamou de Eritônio • Primeira enzima (lipase pancreática): Claude Bernard, 1848 • Hereditariedade: Mendel, 1865 • Síndrome de Rokitansky • Raios X: Wilhelm Conrad Röntgen, 1895 • Radioatividade: Henri Becquerel, 1896, • Elementos Químicos Rádio e Polônio: Marie Curie, 1898 ARTE • Neoclassicismo • Romantismo • Academicismo • Naturalismo • Realismo • Impressionismo • Simbolismo