quarta-feira, 14 de junho de 2023

TEORIAS CIENTÍFICAS

ANTROPOCENTRISMO O Antropocentrismo (do grego, anthropos "humano" e kentron "centro" que significa homem no centro) é um conceito, oposto ao Teocentrismo, que ressalta a importância do homem como um ser dotado de inteligência e, portanto, livre para realizar suas ações no mundo. Símbolo do Antropocentrismo Humanista: Homem Vitruviano (1590) de Leonardo da Vinci. Em outras palavras, o antropocentrismo é uma doutrina filosófica ou ciência do ser humano, de forma que o homem representa a figura central, sendo responsável por suas ações (seja cultural, social, histórica e filosófica) bem como a principal referência para o entendimento do mundo. Diferença entre Teocentrismo e Antropocentrismo Por oposição, o Teocentrismo (Deus no centro do mundo) está relacionado à religião, cujas coisas são assim porque Deus as colocou dessa forma no mundo. Sem hipótese de questionamento científico, o teocentrismo foi um conceito muito difundido durante a Idade Média donde a religião possuía um lugar de centralidade na vida da população. No entanto, com o humanismo renascentista e outras transformações pelo qual passou a Europa no século XV e XVI (grandes navegações, invenção da imprensa, reforma protestante, declínio do sistema feudal, surgimento da burguesia, cientificismo, etc.), o antropocentrismo surge como medida de inspiração aos estudiosos (filósofos e artistas), os quais tinham o intuito de trazer à tona questões baseadas no cientificismo empirista. Diante dessa mudança de mentalidade e rompimento de paradigmas em relação à época anterior, surge um homem racional, crítico e questionador com sua própria realidade, responsável portanto pelos seus pensamentos e ações no mundo. Assim, nesse momento, o antropocentrismo representou a passagem do feudalismo ao capitalismo mercantil, ou ainda, da passagem da Idade Média para Idade Moderna. Nesse sentido, diversos campos do conhecimento cultivaram essa nova visão de mundo, pautada no ser humano, na natureza e na sociedade, tal qual as artes em geral (literatura, pintura, escultura, musica, etc) bem como a filosofia. Foi nessa época que os humanistas incentivaram a inclusão de disciplinas no universo acadêmico, importantes para o desenvolvimento dessa nova mentalidade: filosofia, línguas, literatura, artes humanidades e ciências. Vale destacar que Deus não foi deixado de lado totalmente, pois o “divino” ainda fazia parte da vida das pessoas, no entanto, passou a não ser a única coisa verdadeira, baseada na bíblia. De tal modo, a verdade estaria intimamente relacionada à racionalidade humana (razão) a qual designaria a dádiva enviada pelo senhor, ou seja, algo divino que deveria ser explorado diante do poder do homem como imagem e semelhança de Deus. Essa independência humana de Deus levou o ser humano a refletir, criar, difundir e produzir conhecimento, e dessa forma, às grandes descobertas científicas, bem como à evolução do pensamento humano. TEOCENTRISMO O Teocentrismo (do grego, theos "Deus" e kentron "centro", que significa literalmente "Deus como centro do mundo") é a doutrina calcada nos preceitos da Bíblia, donde Deus seria o fundamento de tudo e responsável por todas as coisas. Esse pensamento vigorou durante o período da Idade Média, e torna-se oposto à doutrina posterior, o antropocentrismo bem como ao humanismo renascentista, cujo foco está sobre o homem como o centro mundo. Destarte, o teocentrismo esteve focado sobretudo na valorização do pensamento sagrado de forma que o prazer era visto como pecado. Assim, o desejo divino sobrepõe-se à vontade e racionalidade humana. Sem espanto, o Teocentrismo Medieval representou a relação entre o divino (religião) e os cidadãos do medievo, ou seja, a existência de uma única verdade, inspirada em Cristo e nos preceitos da Bíblia. Foi dessa maneira, refutando ideias científicas e empiristas, que a religião e consequentemente Deus, permaneceu durante séculos como a figura central e salvadora, presente na mentalidade da população, bem como nos aspectos sociais, políticas, culturais e econômicos da época. Vale ressaltar que durante o período da Idade Média (século V ao século XV), a Igreja detinha grande poder ao lado da Nobreza, as quais acreditavam numa única verdade e controlavam a vida da população seja no âmbito cultural ou político. Diante disso, os indivíduos que criticassem ou questionassem os dogmas da Igreja, eram tratados como “filhos do diabo”, merecedores de castigos ou até mesmo a morte. Diante dessa mentalidade teocêntrica que vigorou durante séculos na Europa, a Igreja e a religião detinham grande poder e assim, eram centrais na vida do povo. No entanto, muitas pesquisas cientificas desenvolvidas na época, tornaram-se fundamentais para a mudança da mentalidade europeia, donde a mais conhecida é o Heliocentrismo de Copérnico (1473-1543). O modelo matemático do astrônomo e matemático polonês Copérnico, apresentado em 1514, desenvolvia uma nova teoria cuja Terra girava em torno do sol, que por sua vez estaria no centro do sistema solar, ao mesmo tempo que refutava o modelo geocêntrico defendido pela Igreja, levando assim a muitas inquietações do ser. Além do heliocentrismo, a crise da Idade Média e da Igreja já despontava e com ela se aproximava uma nova mentalidade e ânsia da população europeia. Um dos grandes exemplos de incertezas e ao mesmo tempo de ambição humana, foi o período dasgrandes navegações, cujos países ibéricos foram os precursores das conquistas realizadas além mar, desenvolvendo o comércio, bem como o surgimento da burguesia. Note que junto à isso, a Reforma Protestante (1517) de Martinho Lutero, refutava e questionava diversas ações desenvolvidas pela Igreja como a venda de indulgências e a autoridade eclesiástica. Assim, aos poucos a população foi tomando consciência e se abrindo mais para as questões relativas ao ser, o que levou ao fortalecimento do renascimento cultural (século XIV a XVI), e consequentemente do humanismo italiano (século XV e XVI), deixando de lado a visão teocêntrica de mundo. Para os humanistas, essa visão unilateral desenvolvida na Idade Média e ressaltada pelo teocentrismo, esteve relacionada a um grande período do retrocesso artístico, intelectual e filosófico, denominado por eles de “Idade das Trevas”, em referência ao obscurantismo do do medievo. GEOCENTRISMO Um dos temas que proporcionou muitos debates ao longo da história foi a dinâmica do Sistema Solar. O interesse em compreender os movimentos dos corpos celestes gerou muitas observações, pesquisas e teorias religiosas e científicas sobre esse fenômeno. Por volta de 350 a.C., na Grécia antiga, Aristóteles desenvolveu uma teoria que defendia a ideia de que a Terra era o centro do universo e nove esferas ficavam girando em torno dela. Posteriormente, no século II d.C., o matemático e astrônomo Claudio Ptolomeu reforçou esse pensamento e elaborou a teoria Geocêntrica, também chamada de sistema ptolomaico. Segundo essa teoria, a Terra está no centro do Sistema Solar, e os demais astros orbitam ao redor dela ao longo de um círculo (epiciclo). Conforme o geocentrismo, cada astro se movimenta com velocidade distinta, cuja ordem de proximidade da Terra é a seguinte: Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno. Esse modelo de Sistema Solar foi defendido pela Igreja Católica durante mais de 1.400 anos, visto que apresentava aspectos de passagens bíblicas. A teoria heliocêntrica já vinha sendo desenvolvida durante o século III a.C., através de observações do astrônomo grego Aristarco de Samos. No entanto, somente no século XVI d.C. foi que Nicolau Copérnico sistematizou uma teoria que contrapunha o modelo geocêntrico, sendo denominado heliocentrismo. Nicolau Copérnico (1473 – 1543), considerado o fundador da astronomia moderna, nasceu na Polônia e desenvolveu conhecimentos nos campos da matemática, geografia e astronomia. Sua teoria heliocêntrica afirmava que a Terra e os demais planetas se moviam ao redor de um ponto vizinho ao Sol, sendo, este, o verdadeiro centro do Sistema Solar. A alternância entre dias e noites é uma consequência do movimento que a Terra realiza sobre seu próprio eixo, denominado movimento de rotação. Rapidamente, a Igreja Católica se opôs à teoria heliocêntrica, e Copérnico só autorizou a divulgação de seus dados matemáticos que comprovavam a teoria após sua morte, pois temia ser condenado por heresia pela Igreja Católica. Posteriormente, Galileu Galilei, durante o século XVII, reforçou a teoria heliocêntrica através de observações com lunetas holandesas. Como consequência de seu “atrevimento”, Galileu foi julgado pelo tribunal da Inquisição, tendo como opção negar sua teoria ou ser queimado na fogueira da Inquisição. Sem muitas alternativas, sua teoria foi negada. Porém, o heliocentrismo foi sendo aperfeiçoado por cientistas e astrônomos como Michael Maestlin, Johannes Kepler e Isaac Newton, e, atualmente, é a teoria mais aceita pela comunidade científica. A Igreja Católica, por sua vez, só aceitou esse modelo de Sistema Solar em 1922. HELIOCENTRISMO Heliocentrismo é o nome do modelo estrutural cosmológico que coloca o Sol no centro do universo. A palavra vem da junção dos vocábulos gregos Helios – Sol e Kentron – centro. Opõe-se ao geocentrismo, que colocava a Terra (geo) no centro do universo. Também opõe-se ao Teocentrismo, em que Deus é visto como o centro do Universo. Pela teoria do heliocentrismo, o Sol permanece estacionado no centro do universo orbitado por planetas e demais corpos celestes. Embora tenha sido levantado por diversos pesquisadores, foi o polonês Nicolau Copérnico (1473-1543) quem apresentou em 1530, o modelo matemático que mais se aproxima do heliocentrismo após cerca de 30 anos de observações. O modelo de Copérnico colocava o Sol no centro do Universo. Os principais conceitos de Copérnico apontavam a Terra girando em torno de si própria como um dos seis planetas conhecidos orbitando o Sol. A ordem dos planetas era a seguinte: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter e Saturno (somente mais tarde foram descobertos Urano, Netuno e Plutão). O estudioso ainda determinou as distâncias dos planetas ao Sol. Copérnico também deduziu que a velocidade orbital dos planetas é proporcional à distância do Sul. Os estudos de Copérnico foram considerados uma subversão e refutados pela Igreja Católica, que colocaram sua obra - “Revolutionibus Orbium Coelestium – Das Revolução dos Corpos Celestes” – na lista dos livros proibidos pela Santa Inquisição. Mais tarde, Giordano Bruno (1548-1600) reforça a tese de Copérnico, de que a Terra não é o centro do universo, que tem movimentos próprios e acrescenta a ideia de que o universo não é finito, mas infinito. As teorias de Bruno não foram bem recebidas pela Igreja Católica, que por meio da Santa Inquisição o condenou à morte na fogueira. Ao mudar a posição da Terra no cosmos, o heliocentrismo desafiava o pensamento bíblico de que o homem é feito à imagem e semelhança de Deus e, estando na Terra, também está no centro do universo. A teoria que tinha o homem como centro do Universo também foi adotada pela Igreja. Por este motivo, um dos principais estudiosos da astronomia, Galileu Galilei (1564 – 1642), apesar de comprovar a teoria do heliocentrismo, negou suas descobertas por ser ameaçado de morte pela Santa Inquisição. Galileu Galilei passou os únicos anos de vida em uma prisão domiciliar. Contemporâneo de Galileu, o alemão Johannes Kepler também passa a observar o movimento dos planetas e conclui que a organização cosmológica só pode ser explicada pela Física. Kepler aperfeiçoou o modelo de Copérnico, considerado confuso, e passa a observar e definir a órbita de Marte. O trabalho embasou o modelo de três leis da Física que contribuíram para os estudos do inglês Isaac Newton (1643 – 1727). Newton elaborou a Teoria da Gravitação Universal. Somente em 1835, o Papa Gregório XVI reconheceu o modelo do heliocentrismo. TRABALHO DE FILOSOFIA Nome: ................................................................................................................................ Data:..........⁄..........⁄.................. Série: .......... Turma: ......... Turno: ………...………. • De acordo com o tema: Nova Ciência e o Racionalismo, do Cap. !4 do Livro Fundamentos de Filosofia, LOCALIZAR as Teorias Científicas: Antropocentrismo, Teocentrismo, Geocentrismo e Heliocentrismo. • Mostrar o conceito de cada uma das teorias. • Indicar os principais representantes de cada uma delas. • Apontar quais os efeitos de cada uma das teorias para o mundo de hoje. • Na sua opinião, qual é a teoria mais correta ou apropriada para os dias de hoje? Justifique sua resposta.

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