quarta-feira, 2 de agosto de 2017

WITTGENSTEIN E A FILOSOFIA DA LINGUAGEM

Ludwig Wittgenstein nasceu em Viena, em 26 de abril de 1889. foi o principal representante da filosofia da linguagem e inspirador do Círculo de Viena. Estudou engenharia em Berlim, em 1906, em Manchester, em 1908 e depois matemática em Cambride, 1911. Lutou no exército austríaco, na 1ª guerra mundial, sendo feito prisioneiro pelos italianos em 1918. O conjunto de suas obras é dividido por seus intérpretes em duas fases: o primeiro Wittgenstein e o segundo Wittgenstein. Na sua primeira obra Wittgenstein busca traçar os limites do que se pode pensar e representar pela linguagem, com o propósito de julgar a legitimidade das pretensões da filosofia e encontrar a estrutura essencial da linguagem, o seu alcance e seus limites, quando assim ele disse: “daquilo que não se pode falar, deve se calar”. Na segunda obra, chamado de 2º Wittgenstein, o filósofo passou a trilhar um novo caminho, afirmando ser extremamente insatisfatório os conceitos da linguagem estabelecidos anteriormente, julgando ser necessário aprimorar seus estudos, procurando elucidar todos os problemas da linguagem. Através dos “jogos de linguagem” ele chegou a conclusão de que as palavras nem sempre são empregadas no sentido verdadeiro e que seus significados nem sempre é o objeto que representa. Morreu de câncer em 1951. Trabalho 1- Caracterizar o nascimento do filósofo Ludwig Wittgenstein e sua trajetória de vida. 2- Como pode ser dividido o conjunto de suas obras, de acordo com seus intérpretes? 3- O que Wittgenstein procura tratar na sua primeira obra chamada Tratado Lógico Filosófico? 4- Na segunda parte, chamada de investigações filosóficas, qual é o novo olhar do filósofo sobre o assunto? 5- Através da filosofia de linguagem, estudando os “jogos de linguagem” ele chegou a conclusão de que as palavras nem sempre correspondem aos seus verdadeiros significados. Responda se está certo ou errado e justifique sua resposta. 6- O que você acha das gírias que usamos nos dias atuais em nossa linguagem. Faça seu comentário. A FILOSOFIA DA LINGUAGEM DE WITTGENSTEIN Wittgenstein, principal expoente da filosofia da linguagem, voltou a Viena depois da prisão na Itália e se diplomou como professor primário. De 1920 a 1926, ensinou em três pequenos povoados da Áustria. O ensino primário de Wittgenstein não interessa somente como testemunho de vida, mas também por outros dois motivos: 1. Como alguns estudiosos evidenciaram, a escola pôs Wittgenstein em contato com o ensino e os complexos problemas correspondentes da linguagem real; 2. Wittgenstein, juntamente com seus alunos compilou um dicionário para as escolas primárias, dicionário que nenhum pedagogo deve deixar de levar em consideração. A escola em que Wittgenstein ensinou, foi uma escola que teorizou a originalidade do sujeito contra todas as teorias associacionistas da mente. Por outro lado, juntamente com seus companheiros e colaboradores procurou dar vida a uma escola cujo objetivo fosse o de formar: homens de ação, corajosos, justos, moralmente sólidos, amantes do trabalho, homens que se virassem sozinhos no mundo, que soubessem compreender inteligentemente os valores culturais já criados e criassem novos valores culturais. Antes de mais nada, Wittgenstein queria tornar seus alunos senhores da língua que usava durante toda a sua vida. A partir daí, ele se preocupou em ampliar o seu aspecto lingüístico. Para ele, quanto mais ampla e rica é a linguagem que se domina, mais extensa é a realidade que se compreende. A LINGUAGEM DO HOMEM E DOS OUTROS ANIMAIS O homem é um ser que fala. A palavra se encontra no limiar do universo humano, pois caracteriza fundamentalmente o homem e o distingue do animal. Poderíamos dizer, porém, que os animais também têm linguagem. Mas a natureza dessa comunicação não se compara a revolução que a linguagem humana provoca na relação do homem com o mundo. A diferença entre a linguagem humana e a dos animais irracionais está no fato de que os animais irracionais não conhecem os símbolos, mas somente os índices. O índice relacionado de forma fixa e única com a coisa que se refere. Por exemplo: as frases com que nos adestramos os cachorros devem ser as mesmas, porque são índices, isto é, indicam a mesma coisa e uma coisa muito especial. Ninguém pode negar que o cachorro expressa a emoção por sons que nos permitem identificar medo, dor, prazer,etc. Quando abana o rabo ou rosna arreganhando os dentes, o cão nos diz coisas; e quando pronunciamos a expressão vamos passear, ele nos aguarda alegremente junto a porta. Quanto a entender o que o dono diz, isso se deve ao adestramento, e os resultados são sempre medíocres, porque são mecânicos, rígidos, geralmente obtidos mediante aprendizagem por reflexo condicionado. No estudo da linguagem das abelhas, por exemplo, dançando elas comunicam as outras onde encontraram pólen. No caso das abelhas, estamos diante de uma linguagem programada biologicamente, idêntica da espécie. Por outro lado, o símbolo é universal, convencional, versátil e flexível. Tomemos como exemplo a palavra cruz. Esta palavra não tem sentido unívoco, na medida que faz lembrar um instrumento usado para executar os condenados a morte; pode representar o cristianismo; pode ser também um enfeite e assim por diante, com múltiplas, infindáveis e inimagináveis significações. Assim, a linguagem humana intervém como uma forma abstrata que distancia a pessoa da experiência vivida, tornando-o capaz de reorganizá-la numa outra totalidade e lhe dar novo sentido, enquanto a linguagem irracional visa adaptação a situação concreta. É pela palavra que somos capazes de nos situar no tempo, lembrando o que aconteceu no passado e antecipando o futuro pelo pensamento. Enquanto o animal irracional vive sempre no presente, as dimensões humanas se ampliam para além de cada momento. É por isso que podemos dizer que, mesmo quando o animal irracional consegue resolver algum problema, sua inteligência é ainda concreta. Já o homem, pelo poder do símbolo, tem inteligência abstrata. Se a linguagem, por meio da representação simbólica e abstrata, permite o distanciamento do homem em relação ao mundo, também é o que possibilitará seu retorno ao mundo para transformá-lo. Portanto, se não tem oportunidade de desenvolver e enriquecer a linguagem, o homem torna-se incapaz de compreender e agir sobre o mundo que o cerca. Na verdade, o homem é um ser que pensa e fala. Se a palavra, que distingue o homem de todos os seres vivos, se encontrar enfraquecida na possibilidade de expressão, é o próprio homem que se desumaniza. O SER HUMANO E A COMUNICAÇÃO Primeiras Formas de Comunicação A história dos meios de comunicação se iniciou no momento em que os integrantes de um primeiro grupo humano começaram a se entender por gestos e sons indicativos de objetos e intenções. Em seguida, com base nessa experiência, surgiu a linguagem, concebida em sua primeira fase, como um elenco de nomes próprios. Com o passar do tempo, do nome próprio nasceu o nome comum, isto é, a palavra que não se limita a indicar um determinado objeto, mas sim, todos os objetos de uma mesma espécie. Por exemplo: peixe, para significar todos os peixes; árvore, significando qualquer tipo de árvores. Desse modo, a palavra se transformou em vestimenta de idéias. A palavra, mistério e redenção do homem, foi apenas o passo inicial de um infinito itinerário. Misteriosas quanto a suas origens, reconstituídas só por conjectura, a palavra permitiu uma eficiente transmissão de conhecimentos de geração a geração, fazendo surgir grupos humanos homogeneizados por um acervo cultural comum. A ESCRITA Mais tarde, o homem aprendeu a reproduzir, pelo desenho, a figura de animais, plantas e cenas da natureza. Discute-se sobre as intenções dos longevos artistas que desenharam as figuras nas paredes das cavernas. No entanto, qualquer que seja a explicação desses intuitos, o certo é que uma nova experiência se incorporou ao acervo humano. Talvez com base nessa experiência, talvez sem base nela, um dia o homem gravou uma marca a qual atribuiu um significado e, a partir desse primeiro sinal, lançou os fundamentos daquilo que viria a ser a escrita. Na verdade não sabemos qual teria sido esse sinal de tão insigne progênie, pois somente suposições orientam os pesquisadores neste assunto. É possível que os primeiros sinais gráficos tenham sido de conteúdo numérico. Talvez os caçadores anotando, com traços, a quantidade de animais abatidos. Primordial na história da escrita foi a invenção da pictografia, possivelmente quase quatro mil anos antes de Cristo. A escrita pictográfica ou hieroglífica constitui na representação desenhada de objetos concretos, formando, em sucessão, um relato coerente. Gradualmente alguns desses sinais tomaram um sentido convencional e passaram a designar conceitos abstratos, tornando-se ideogramas. Acrescentaram-se, depois, sílabas que, articuladas, formaram palavras. Afinal, surgiram signos alfabéticos que, correlacionando a escrita com a voz humana, reproduziram-na graficamente. Os egípcios, os assírios e outros povos da antiguidade conheceram essa evolução em seus sistemas de escrita. A última etapa do longo caminho viria a ser a utilização exclusiva dos caracteres alfabéticos nas comunicações escritas. Esta conquista final é creditada aos fenícios. Com a escrita, mesmo em sua forma mais rudimentar, o homem venceu o tempo e o espaço. Ela permitiu a fixação do conhecimento, mantendo-o disponível ao longo do tempo, e, simultaneamente, admitiu sua disseminação pelo transporte, facultando a comunicação a distância, culminando com toda evolução que temos e a que ainda teremos na história da humanidade. A LINGUAGEM SILENCIOSA DA COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL O Corpo Fala Sem Palavras Pela linguagem do corpo, você diz muitas coisas aos outros. E eles têm muitas coisas a dizer para você. Também nosso corpo é antes de tudo um centro de informações para nós mesmos. É uma linguagem que não mente, e cuja estrutura é demonstrada nas páginas que você tem agora em suas mãos. Elas darão a você uma nova dimensão na comunicação pessoal. Homem ou mulher, jovem ou maduro, casado ou solteiro, qualquer que seja sua profissão ou funçã o – este livro foi escrito para todo ser humano. Pois todo ser humano tem que lidar consigo mesmo e com os outros. Neste capítulo você vai conhecer a fascinante linguagem do corpo humano, de maneira fácil e prática, o que permitirá você lidar consigo mesmo e com os outros, e assim vai compreender que o nosso corpo fala. Por exemplo: alguém em sua frente cruza ou descruza os braços, muda a posição dos pés ou vira as palmas das mãos para cima. Tudo isso são gestos inconscientes e que, por isso mesmo, se relacionam com o que se passa no íntimo das pessoas. Estima-se que há de 2.500 a 5.000 (e às vezes até 10.000) bits o número de sinais informativos que fluem, por segundo, entre duas pessoas. Isto, evidentimente, inclui todas as mudanças que possam, em grau mínimo, ser discernidas por aparelhos registradores de alterações nas faixas percebidas como som, imagem, temperatura, tato e outros estímulos corporais. Comparemos então o corpo humano a uma esfinge. Aquela esfinge egípcia ou assíria. A esfinge era composta de 4 partes: • Cabeça de gente • Corpo de boi • Asas de águia • Tórax de leão Existe uma tradição antiga segundo a qual cada uma das partes representa uma parte do físico do homem e também a sua correspondência psicológica, que prevalece até hoje na psicologia moderna. O Boi, quando colocado em evidência na nossa expressão corporal, tende a se traduzir por uma acentuação do abdômem. A pessoa avança o abdômem; isto se encontra em pessoas que gosta de boas refeições, que se senta a vontade diante de uma farta mesa de almoço ou jantar. No plano sexual temos o famoso requebrar das mulheres. É uma provocação para os homens. Estes, por sua vez, engancham os polegares no cinto, com os outros dedos apontados para os órgãos genitais, numa nítida maneira de se oferecer. Vamos tomar como exemplo um rapaz e uma jovem: ele conversando com ela e com os polegares no cinto. Ela sai requebrando durante uns dois ou três passos, antes de voltar ao seu ritmo normal. E assim, ambos naquele breve encontro, mostraram, em linguagem do corpo, o que se passava na esfera da sua vida instintiva e vegetativa. O Leão se evidencia pelo tórax onde reside o coração; é o centro da emoção. Os especialistas em expressão corporal, sobretudo os coreógrafos, o consideram como o centro do EU. • Assim, quando há uma postura de preponderância do tórax, estamos em presença de uma preponderância do EU. São pessoas vaidosas, egocêntricas e extremamente narcisistas; ou que naquele momento querem se impor. • Ao contrário, quando o tórax está encolhido, estamos em presença ou diante de uma pessoa cujo EU está diminuído; são pessoas tímidas, submissas, retraídas ou que naquele momento se sentem dominadas pela situação. • Um tórax em postura normal significa um EU equilibrado. Podemos também observar o estado emocional da pessoa olhando atentamente para o seu tórax: • Aumento da respiração significa tensão e forte emoção. • Suspiros são indicadores de ansiedade e angústia. • O palpitar do coração e aumento do ritmo cardíaco é também indicador de forte emoção. A Águia, representada pelas asas, tem sempre o desejo de Voar, às vezes para contemplar a vida, por outras vezes voar para bem longe a fim de fugir de si mesmo. O Homem, representado pela cabeça, nos indica o estado de controle do corpo pela mente. • A cabeça erguida significa hipertrofia do controle mental. • A cabeça baixa significa que a pessoa é controlada pelos estímulos externos. • Cabeça em posição normal indica um controle normal na mente. N.B.: Nós Ocidentais, estamos infinitamente mais habituados a observar expressões na cabeça do que no restante do corpo das pessoas. Nosso retrato, nos documentos que nos identificam, não inclui o corpo, e a descrição por escrito tenta nos definir por detalhes faciais e não das outras partes do corpo. Nas culturas orientais, as representações da figura humana a buscam inteira, em expressivas atitudes corporais propositadamente significativas. A inferência é clara: a cultura do Oriente percebe mais a linguagem do corpo do que nós, os ocidentais. Por exemplo, nas moedas das culturas ocidentais de todos os tempos, podemos observar o perfil dos monarcas sempre de cabeça erguida, nunca estão cabisbaixo; a sua atitude é mostrar que enxergam longe, dominando o futuro. Sobre os Autores: Pierre Weil: Doutor em Psicologia pela Universidade de Paris, Professor na Universidade de Minas Gerais, Diretor do Cento de Psicologia Aplicada RJ, Especialista em Psicoterapia de Grupo e Psicodrama e autor de vários livros editados em diversos países, incluindo o conhecidobest-seller “Relações Humanas na Família e no Trabalho”. Roland Tompakow: Professor de Comunicações dos Cursos de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas – RJ, artista gráfico, técnico em Informática Visual, jornalista, assessor de Informática em marketing de várias Empresas e coordenador dos registros de Cinésica do grupo de Pesquisas chefiado pelo professor Pierre Weil. Sobre a Digitalização desta Obra: Esta obra foi digitalizada para proporcionar de maneira totalmente gratuita o benefício de sua leitura àqueles que não podem comprá-la ou àqueles que necessitam de meios eletrônicos para ler. Dessa forma,a venda deste e-livro ou mesmo a sua troca por qualquer contraprestação é totalmente condenável em qualquer circunstância. A generosidade é a marca da distribuição, portanto: Distribua este livro livremente! Se você tirar algum proveito desta obra, considere seriamente a possibilidade de adquirir o original. Incentive o autor e a publicação de novas obras!

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