quinta-feira, 14 de março de 2024

DEUS NA HISTÓRIA DA FILOSOFIA

Durante todo tempo, em todo decorrer da história e da filosofia, Deus foi sempre uma constante especulação. “Desde o homem das cavernas até as cavernas do homem”, Deus tem sido buscado, embora nem sempre com sucesso, numa forma ou tentativa de ser compreendido. Em todo percurso da história e em mais ou menos 30 séculos de filosofia, há uma tentativa mesmo que muito tenra, da manifestação do nome de Deus para aqueles que se propuseram a ser chamados de amigos da sabedoria. Homero, poeta grego, autor das obras Ilíada e Odisseia, ou pelo menos atribuídas a ele, que teria vivido por volta do século XII antes de Cristo, já falava na filosofia de um ser sobrenatural. Os gregos antigos, no Olimpo ou na Ágora (morada dos deuses ou na praça pública) já dava a demonstração de um “deus desconhecido”. Seus cultos, semelhantes ou diferentemente da nossa forma de se expressar, apontava para a existência de um ser superior em adoração. No período clássico da filosofia grega, coube a Aristóteles a tarefa de intitular Deus como o motor imóvel, que movia todas as coisas sem ser movido. Coube a Santo Agostinho, no limiar da Idade Média, cristianizar a filosofia de Platão, dando uma melhor explicação da fé, apresentando assim, uma idéia do que melhor se aproxima do nosso Deus. Quando Agostinho afirmava que a fé não exclui a razão e nem a razão exclui a fé estava posto em derrocada a idéia de que a filosofia era escrava da teologia ou que a razão é submissa à fé. Nas palavra de Aurélio Agostinho: “Creio para compreender e compreendo para crer” e ainda em suas expressões ele afirma que “a perfeição do mundo exige um artífice; o fenômeno religioso é universal, e há um vazio interior no homem que só pode ser plenamente preenchido por Deus”. Torna-se mais evidente a figura do Deus Javé quando ele acrescentou: “Criastes-nos para Vós, Senhor, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em Vós”. Outro importante filósofo da idade média foi Santo Tomaz de Aquino, que colocou a filosofia a serviço da verdade e a verdade a serviço de Deus. O objetivo primeiro de suas reflexões era Deus, não o homem ou o mundo. Para ele, Deus é o Ser. O mundo tem seres. Deus é o fundamento de todas as coisas, porque só ELE é o Ser verdadeiro e criador de todas as criaturas. No pensamento ocidental cristão, que para muitos depende hoje a nossa crença é muito relevante o pensamento Platônico-Agostiniano e o Aristotélico-Tomista. O primeiro, trata-se das ideias de Platão e Agostinho e o segundo, as ideias de Aristóteles e Tomaz de Aquino. Na modernidade inúmeros filósofos tem posições diferentes quanto a ideia de Deus, pois a filosofia moderna foi criada por leigos, não por homens da Igreja, para dar respostas à cidade natural dos homens, e não à cidade sobrenatural de Deus. Podemos citar o filósofo René Descartes ao afirmar que Deus, a fé, e a religião não são objetos adequados para a especulação. “Deixa, assim, que a religião permaneça o que ela é, uma questão de fé e não de conhecimento intelectual”. Immanuel Kant, no seu imperativo categórico e na moral kantiana argumentou que a existência de Deus pode ser deduzida a partir da existência do bem: “Faça aos outros somente aquilo que você gostaria que fizesse a você”. E, “não faça aos outros aquilo que não gostaria que fizesse a você”. E acrescentou: “Duas coisas sempre me fascina todas as vezes que minha mente nelas se detêm, o céu estrelado acima de mim e a lei moral dentro de mim”. Friedrich Nietzsche, por sua vez, foi enfático ao falar sobre Deus. Proclamava a morte de Deus pelo afastamento da sociedade ocidental e dizia que o cristianismo é um vício e uma grande maldição. Perguntava ele: O que aconteceu com Deus? Eu vos direi: nós o matamos. E acrescentou: “sobre as cinzas de Deus erguerá a idéia do super-homem. Eu vos conjuro, irmãos meus, que permaneçais fiéis ao sentido da terra e não presteis fé aos que falam de esperanças supraterrenas. Para ele, no mundo não há ordem e nem sentido. Finalmente podemos dizer que os argumentos para a existência ou para a negação de Deus normalmente incluem questões metafísicas, empíricas, antropológicas, epistemológicas ou subjetivas. Os que acreditam na existência de uma ou mais divindades são chamados de teístas, os que rejeitam a existência de deuses são chamados ateus. E aqueles que acreditam na existência de um único Deus são chamados de monoteístas. Com o advento da idade contemporânea ou da pós-modernidade filosófica, muitos pensamentos se agrotinam e são inânimes sem contestação. Citemos por exemplo três grandes filósofos atuais: Mário Sergio Cortella, Luiz Pondé e Leandro karnal. Finalmente, em meio a tantos argumentos, com a teoria da relatividade de Einsten, muitos relativizaram Deus, debandaram com a logística humana e o pragmatismo fez DELE uma idéia de mercado-comercial. Que diante da realidade atual: das crises, violências e contradições, dos encontros e desencontros que a atualidade nos propõe, que não caiamos na tentação de relativizar os valores da vida, que assumamos nossas responsabilidades diante do mundo, que não sejamos manipuladores do nome de Deus e que não imputemos a ELE aquilo que é próprio do ser humano. Quer seja nos tempos homéricos, quer seja na antiguidade filosófica, no medievo do cristianismo, na moderna-contemporaneidade ou na tecnologia do saber, Deus é o mesmo: ontem, hoje e sempre... Professor Romildo Alves – Técnico em Contabilidade, Professor Graduado Pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Pós-Graduado em Psicanálise Clínica, Hipnoterapeuta Clínico, Neuropsicanalista, Supervisor Didata, Mestre e Doutor em Psicanálise Clínica Aplicada à Saúde Mental

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