quarta-feira, 2 de agosto de 2017

A FILOSOFIA PRÉ-SOCRÁTICA

A FILOSOFIA PRÉ-SOCRÁTICA Devido a várias transformações ocorridas no mundo grego após a invasão dos Dórios, com o crescente desenvolvimento do comércio e do artesanato nas ilhas gregas, surgiu um clima propício para a investigação filosófica. Com a invasão dos Dórios na Grécia, muitos povos foram forçados a migrar para as ilhas e Costa da Ásia Menor. Nestes locais os Jônios fundaram colônias, cidades que transformaram em grandes centros. Eles intensificaram relações com outros povos e deixaram para trás as velhas instituições agrárias e patriarcal. Houve, nestas novas cidades, o desenvolvimento do comércio, do artesanato e o desenvolvimento da cultura em geral. A explicação mítica, que até então predominava na cultura do povo já não dava conta de explicar a realidade. É diante desta situação que surgiu um clima propício para o nascimento da filosofia. Apareceram, então, alguns homens que buscaram de forma racional um princípio para o mundo. O primeiro filósofo foi Tales, de Mileto. Ele encontrou o princípio de tudo na água. Tales encontrou seu princípio na água por observar que tudo é úmido. Para ele tudo nasce com a água e morre com a ausência dela. Discípulo de Tales foi Anaximandro. Ele pensava que não deveria colocar como princípio um elemento material, e sim, algo ilimitado e indefinido, “apeíron”, um elemento que é privado de limites, é indeterminado. Para Anaximandro, de um movimento que é eterno, geraram-se os dois primeiros contrários: frio e calor. Os outros elementos foram também assim formados. Anaxímenes procurou conciliar os dois anteriores, estabelecendo como princípio o AR. Para ele, o ar se presta melhor as variações ocorridas no mundo. Pelo processo de condensação e rarefação o ar forma a terra, o fogo e o cosmos. Heráclito, de Éfeso afirma que a realidade é um contínuo devir. Tudo flui. Nada permanece o mesmo. Para ele, um homem não pode entrar duas vezes no mesmo rio, porque nem o rio e nem o rio permanecem o mesmo. Ele determina o fogo como princípio de todas as coisas, porque o fogo é como um raio que governa tudo. Pitágoras, de Samos, foi outro importante filósofo de sua época. Sua escola nasceu como uma espécie de fraternidade. Buscava o bem comum. Tinha regras precisas de convivência e de comportamento. Suas doutrinas eram em segredo. Ele era muito respeitado por seus companheiros. Sua palavra tinha quase o valor de um oráculo. Pitágoras encontrou seu princípio nos números. Para ele, todas as coisas derivam dos números e eles derivam de outros elementos. O número é a própria realidade, a natureza de todas as coisas. O número é ordem, constitui um elemento determinante e limitante, ilimitado e indeterminado. Sem os números não se pode pensar e nem dizer nada. Xenófones, nasceu em Cólofon, na Jônia, por volta de 570 a.C. viajou muito. Foi andarilho dos 25 aos 92 anos. Foi ele quem primeiro tentou responder as questões teológicas e cosmológicas. Criticou o antropormofismo defendido por Homero e Hesíodo. Ele afirma a superioridade da inteligência e da sabedoria sobre a robustez e a força física dos atletas. Para ele, tudo nasce da terra e nela termina. Todas as coisas que nascem e crescem, são terra e água. Parmênides nasceu em Eléia, na segunda metade do século VI a.C. e morreu em meados do século V a.C. foi um pensador revolucionário e inovador da filosofia da natureza. Foi um político ativo e fundador da escola eleática. Com ele a cosmologia transforma-se em ontologia(teoria do ser). Parmênides nega o devir de Heráclito. Pôe sua doutrina na boca de uma deusa que lhe mostra três caminhos: 1º - Caminho da verdade absoluta: “O ser é e não pode deixar de ser; o não-ser não não é e não pode vir a ser de modo nenhum”; 2º - O caminho das opiniões falases – Caminho dos sentidos que é da falsidade e do erro. 3º - O Caminho da opinião plausível (doxa plausível). Para Parmênides, pensar e ser é a mesma coisa. O nada é impensável e indizível. O ser é a única realidade e este não se transforma. Não tem passado e nem futuro. É uno, imutável e perfeito. Zenão, nasceu em Eléia, entre fins do séc. VI e princípio do séc. V a.C. Nos seus dados biográficos consta que ele foi um grande defensor da liberdade. Foi um defensor de Parmênides e refutou todos os argumentos que vieram ao contrário. Ele refutou o movimento e a multiplicidade, afirmando que a velocidade e o movimento são algos relativos e não objetivos. Chega a afirmar que o movimento e a variedade das coisas são impossíveis. Melisso, também nasceu em Samos, entre fins do séc. VI e início do séc. V a.C. Foi político hábil e homem capacitado do mar. Foi o sistematizador da doutrina eleática e a corrigiu em alguns pontos. A preocupação maior de Melisso é com o modo de como o homem conhece as coisas. Já tinha uma visão pluralista dos princípios que dão origem às coisas. Para Melisso, a esfera é o símbolo perfeito. Empédocles, natural de Agrigento, nasceu em 492 e morreu em 432 a.C. tentou fazer a conciliação entre Heráclito e Parmênides. Para ele a realidade é composta por 4 elementos fundamentais: a água, o ar, a terra e o fogo. Para Empédocles, o conhecimento humano se dá através de partículas materiais que entram pelos sentidos e encontram seus semelhantes que já existem no homem. Anaxágoras nasceu em Clazômenas em 500 a.C. e morreu por volta de 458 a.C. Foi ele quem pronunciou a célebre frase: “Tudo era um caos até que apareceu a mente humana e colocou ordem nas coisas”. Para Anaxágoras as coisas que dão origem ao nascer e o morrer não são os quatro elementos de Empédocles. O princípio de tudo, o “arché”, são as homeomerias que estão presente em todas as coisas. O que distingue uma coisa da outra é a predominância de determinado tipo de homeomerias. Lêucipo, reafirmou a impossibilidade do não ser. Para ele, o nascer e o morrer é um agregar e desagregar das coisas. Demócrito, diz que todas as coisas são compostas por átomos, que são partes indivisíveis. O devir acontece através do movimento desses átomos, que se unem ou desunem, fazendo os objetos nascerem ou perecerem. Diógenes, de Apolônia, fez um tentativa de combinar Tales e Heráclito. Retomou a idéia de que o princípio primeiro deve ser o ar, que seria infinito e inteligente. Arquelau, de Atenas, apareceu como uma das últimas manifestações da filosofia da natureza. Para ele nossa alma é ar. nascemos respirando e morremos com o último suspiro. Esses primeiros filósofos encontraram o princípio primeiro na natureza. Por isso, são chamados naturalistas ou imanentistas. Trabalho nº 1 O Texto: A Filosofia Pré-Socrática fala sobre a invasão dos Dórios na Grécia, que influenciou, na economia, na organização da região, na colonização, na cultura, etc. Fazer uma pesquisa sobre os Dórios, onde apareça, entre outros aspectos: • Caracterização e localização dos Dórios; • Época da invasão na Grécia; • Situação da Grécia no período da invasão; • Que outros povos estavam envolvidos nesta batalha; • Como ficou organizada a região depois da invasão dos Dórios; • Comentário Geral; • Bibliografia consultada Trabalho nº 2 1. Estudando os Filósofos Pré-Socráticos, cada um deles deu uma explicação para o princípio de todas as coisas. Diga quais as teorias científicas que você conhece sobre a origem do universo e do homem e explique em qual delas você acredita. 2. Sabemos que Tales, de Mileto, foi o primeiro filósofo da antiguidade. Onde ele encontrou o princípio de sua filosofia? 3. Quem foi o filósofo discípulo de Tales? 4. Para Anaximandro, como surgiu o cosmos? 5. Anaximandro disse que os primeiros animais nasceram da ação do sol sobre a água. O que você acha dessa afirmação? 6. Qual é o princípio da filosofia de Anaxímenes? 7. Para Heráclito, tudo é um contínuo devir. Tudo flui. Nada permanece o mesmo. Como explicar esta afirmação? 8. Escrever a frase do filósofo Heráclito sobre o rio. 9. O filósofo Heráclito acreditava que era preciso mortificar o corpo para cuidar da alma. O que você acha dessa afirmação? Porque? 10. O filósofo Heráclito acreditava em prêmios e castigos depois da morte. O que você acha dessa idéia? Porque? 11. Como nasceu a escola filosófica de Pitágoras? 12. O filósofo Pitágoras era muito respeitado por seus companheiros. Como era considerado o valor de sua palavra? 13. Qual é o princípio da filosofia de Pitágoras? 14. Comente sobre a vida de Xenófones? 15. Onde e quando nasceu Parmênides? 16. O filósofo Parmênides negou a teoria do movimento de Heráclito afirmando que nem o homem e nem as coisas se transformam. Dê sua opinião. 17. O que Zenão diz sobre a velocidade e o movimento? 18. Qual é o símbolo perfeito para Melisso? 19. Como se dá o conhecimento humano para Empédocles? 20. Como se dá o nascer e o morrer para Lêucipo? 21. Para Demóclito, como são compostas as coisas? 22. Qual é o princípio de tudo para Diógenes? 23. Comente sobre o ar, de Arquelau. 24. Porque os primeiros filósofos são chamados de naturalistas? 25. Para você, qual é o elemento mais importante da natureza? Porque?

DO MITO À RAZÃO: O NASCIMENTO DA FILOSOFIA NA GRÉCIA

DO MITO À RAZÃO: O NASCIMENTO DA FILOSOFIA NA GRÉCIA Conforme sabemos, os primeiros filósofos da humanidade foram gregos. Isso significa que embora tenhamos referências de grandes homens na China(Confúcio e Lao Tse), na Índia(Buda), na Pérsia(Zaratustra), suas teorias ainda estava por demais vinculadas à religião para que possa falar propriamente em reflexão filosófica. Neste capítulo, veremos o processo pelo qual se tornou possível a passagem da consciência mítica para a consciência filosófica na civilização grega, constituída por diversas regiões politicamente autônomas. 2. A Concepção Mítica As Epopéias Os mitos gregos eram recolhidos pela tradição e transmitidos oralmente pelos aedos e rapsodos, cantores ambulantes que davam forma poética aos relatos populares e os recitavam de cor em praça pública. Era difícil conhecer os autores de tais trabalhos de formalização, porque em um mundo em que predomina a consciência mítica não existe a preocupação com a autoria da obra, já que o anonimato era a conseqüência do coletivismo, fase em que ainda não se destacava a individualidade. Além disso, não havia a escrita para fixar a obra e o autor. É costume atribuir a autoria de dois poemas épicos, chamados de epopéias: Ilíada, que trata da guerra de Tróia e Odisséia, que relata o retorno de Ulisses à Ilha de Ítaca, após a guerra de Tróia. As epopéias tiveram função didática importante na vida dos gregos porque descrevem o período da civilização micênica e transmitem os valores da cultura por meio das histórias dos deuses e antepassados, expressando uma determinada concepção de vida. Era costume de desde cedo as crianças decorarem passagens dos poemas de Homero. As ações heróicas relatadas nas epopéias mostravam a constante intervenção dos deuses, ora para auxiliar um protegido, ora para perseguir um inimigo seu. A Teogonia Hesíodo, outro poeta que teria vivido por volta do final do século XIII e princípios do XII a.C., produziu uma obra com características que apontava para a época que ia iniciar, com particularidades, que tendia a superar a poesia impessoal e coletiva das epopéias. A obra Teogonia(Teo:deus; gonia:origem) reflete a preocupação com a crença nos mitos. Nela Hesíodo relata as origens, do mundo e dos deuses; e as forças que surgem não são a pura natureza, mas sim, as próprias divindades. Gaia é a terra; Urano é o céu; Cronos é o tempo, surgindo ora por segregação, ora pela intervenção de Eros, princípio que aproxima os opostos. A CONCEPÇÃO FILOSÓFICA Foi no período antigo é que surgiram os primeiros filósofos gregos, por volta dos séculos VII e VI a.C. Alguns autores costumam chamar de “milagre grego” a passagem do pensamento mítico para o pensamento crítico racional e filosófico. Muitos estudiosos mais recentes pretendem superar essa visão simplista e a-histórica, dizendo que o surgimento da racionalidade crítica foi o resultado de um processo muito lento, preparado pelo passado mítico, cujas características não desaparecem “como por encanto” na nova abordagem filosófica do mundo. Sendo assim, o surgimento da filosofia na Grécia não é o resultado de um salto, um “milagre” realizado por um povo privilegiado, mas a culminação de um processo que se fez através dos tempos e tem sua dívida com o passado mítico. MITO E FILOSOFIA: CONTINUIDADE E RUPTURA Podemos observar a diferença entre o pensamento mítico e a filosofia nascente: os filósofos divergem entre si e a filosofia se distingue da tradição dogmática dos mitos oferecendo uma pluralidade de explicações possíveis. Assim justificamos a perspectiva comumente aceita da ruptura entre mito e filosofia. Na passagem do mito à razão, há continuidade no uso comum de certas estruturas de explicação. Estudiosos com Vernant e Cornford afirmam que não existe uma “imaculada conceição da razão”, pois, o aparecimento da filosofia é um fato histórico, enraizado no passado. Embora existam esses aspectos de continuidade, a filosofia surge como algo muito diferente, pois resulta de uma ruptura quanto à atitude diante do saber recebido. Enquanto o mito é uma narrativa cujo conteúdo não se questiona, a filosofia problematiza e convida à discussão. Enquanto no mito a inteligibilidade é dada, na filosofia ela é procurada. A filosofia rejeita o sobrenatural, a interferência de agentes divinos na explicação dos fenômenos. A filosofia busca a coerência interna, a definição rigorosa dos conceitos, o debate e a discussão. Organiza-se em doutrina e surge, portanto como pensamento racional. Algumas novidades surgidas no período antigo ajudaram a transformar a visão que o homem mítico tinha de si mesmo e do mundo. São elas: a invenção da escrita, o surgimento da moeda, a lei escrita, o nascimento da cidade-estado(pólis), todas elas tornando-se condição para o nascimento da filosofia. A Invenção da Escrita Geralmente a consciência mítica predomina na cultura de tradição oral, onde ainda não há escrita. A primeira escrita era mágica e reservada aos privilegiados, aos sacerdotes e aos reis. Entre os egípcios, por exemplo, hierógrifos significa literalmente “sinais divinos”. Na Grécia, a escrita surgiu por influência dos fenícios e já no século VIII a.C. se achou suficientemente desligadas de preocupações esotéricas e religiosas. Enquanto os rituais religiosos eram cheios de fórmulas mágicas, termos fixos e inquestionados, os escritos deixaram de ser reservados apenas aos que detinham o poder e passaram a ser divulgados em praça pública, sujeitos a discussão e a crítica. Isso não significa que a escrita tenha se tornado acessível a todos, mas permaneciam ainda grande o número de analfabetos. O que estava em questão é a dessacralizaão da escrita, ou seja, seu desligamento da religião. A escrita gerou uma nova idade mental porque exigiu de que escrevia uma postura diferente daquela de quem apenas falava. Como a escrita fixava a palavra e consequentemente o mundo para além de quem a proferiu, necessitou de mais rigor e clareza, o que estimulou o espírito crítico. A escrita abriu os horizontes do pensamento, propiciando o distanciamento do vivido, o confronto das ideias e a ampliação da crítica. Portanto, a escrita apareceu como possibilidade maior de abstração, uma reflexão da palavra que tenderia a modificar a própria estrutura do pensamento. Trabalho • Qual é o tipo de consciência que predomina em uma cultura de tradição oral, onde não há escrita? • Como era a escrita no início? • A quem ela estava reservada? • Quem influenciou o surgimento da escrita na Grécia e em que século? • Quais as transformações que a escrita sofreu com o passar dos tempos? • Porque a escrita estimulou o espírito crítico? O Surgimento da Moeda Por volta dos séculos VIII e VI a.C. houve o desenvolvimento do comércio marítimo decorrente da expansão do mundo grego, mediante a colonização da Magna Grécia (atual Sul da Itália) e Jônia (atual Turquia). O enriquecimento dos comerciantes promoveu profundas transformações, decorrentes da substituição dos valores aristocráticos pelos valores da classe em ascensão. Na época da predominância da aristocracia rural, cuja riqueza se baseava em terras e rebanhos, a economia era pré-monetária e os objetos usados para troca vinham carregados de símbolos afetivos e sagrados, decorrente da posição social ocupada por homens considerados superiores e do caráter sobrenatural que impregnava as relações sociais. Com a finalidade de facilitar os negócios, a moeda que tinha sido inventada na Lídia, apareceu na Grécia por volta do sec. VII a.C. Ela se tornou necessária porque, com o comércio, os produtos que antes eram feitos com o valor de uso passaram a ter valor de troca, transformando em mercadorias. A invenção da moeda desempenhou papel revolucionário, pois estava vinculada ao nascimento do pensamento nacional, passando a ser emitida e garantida pela cidade, revertendo benefícios para a própria comunidade. Além desse efeito político de democratização, a moeda sobrepôs os símbolos sagrados e afetivos o caráter racional de sua concepção: muito mais do que um metal que se trocava por qualquer mercadoria, a moeda é um artifício racional, uma convenção humana, uma noção abstrata de valor que estabelece a medida comum entre valores diferentes. Trabalho • O que aconteceu no mundo por volta dos séculos VIII e VI a.C., que estimulou o surgimento da moeda? • O que quer dizer a predominância da aristocracia rural? • De onde veio a primeira moeda que apareceu na Grécia e em que século ela apareceu? • Com que finalidade ou objetivo a moeda apareceu na Grécia? • Porque a moeda se tornou necessária para a época? • Porque o surgimento da moeda na Grécia desempenhou um papel revolucionário? A Lei Escrita Drácon (sec. VII a.C.), Sólon e Clístenes (sec. VI a.C.) foram os primeiros legisladores que marcaram uma nova era: a justiça, até então dependente da arbitrariedade dos reis ou da interpretação da vontade divina, passou a ser codificada numa legislação escrita. Regra comum a todos, norma racional, sujeita à discussão e modificação, a lei escrita passou a encarnar uma dimensão propriamente humana. As reformas provocadas pela legislação de Clístenes fundou a polis sobre uma base nova: a antiga organização tribal foi abolida e estabeleceu-se novas relações, não mais baseadas na consanguinidade, mas determinadas por nova organização administrativa. Tais modificações expressavam o ideal igualitário que preparava a democracia crescente, pois a unificação do corpo social aboliu a hierarquia fundada no poder aristocrático das famílias. Trabalho • Quais foram os primeiros legisladores gregos e em que século eles viveram? • Qual foi a mudança acontecida na justiça, com a elaboração da lei escrita? • Sendo a lei escrita uma regra comum a todos, como ela modificou a arbitrariedade dos reis ou a interpretação da vontade divina? • O que significa dizer que as reformas provocadas pela legislação de Clístenes fundou a polis sobre uma base nova? O Cidadão da Pólis Jean-Pierre Vernant, helenista e pensador francês, viu no nascimento da polis (por volta dos séculos VIII e VII a.C.) um acontecimento decisivo que provocou grandes alterações na vida social e na relação entre os homens. A originalidade da cidade grega é que ela estava centralizada na ágora (praça pública), espaço onde se debatiam os problemas de interesse comum. Separam-se na polis o domínio público e privado, isto significa que o ideal de valor de sangue, restrito a grupos privilegiados em função do nascimento ou fortuna, se sobrepunha à justa distribuição dos direitos dos cidadãos enquanto representantes dos interesses da cidade. Estava nascendo ali o novo ideal de justiça, pelo qual, todo cidadão tinham direito ao poder. A polis se faz então pela autonomia da palavra, não mais a palavra mágica dos mitos, palavra dada pelos deuses, comum a todos, mas a palavra humana do conflito, da discussão e da argumentação. O saber deixou de ser sagrado e passou a ser objeto de discussão. A expressão da individualidade por meio do debate fez nascer a POLÍTICA, libertando o homem dos exclusivos desígnios divinos, e permitindo a ele tecer seu destino na praça pública. O cidadão da polis passou a participar dos destinos da cidade por meio do uso da palavra em praça pública. De início, a igualdade existia apenas entre os guerreiros, mas essa imagem do mundo humano encontrou, no século VI a.C. sua expressão rigorosa num conceito de isonomia: igual participação de “todos” os cidadãos no exercício do poder. O apogeu da democracia ateniense se deu no século V a.C, quando Péricles era estratego. É bem verdade que Atenas possuía meio milhão de habitantes, dos quais 300 mil eram escravos e 50 mil metecos (estrangeiros); excluídas mulheres e crianças, restavam apenas 10% considerados cidadãos propriamente dito, capacitados para decidir por todos. Por isso, quando falamos em democracia ateniense, é bom lembrar que a maior parte da população se achava excluída do processo político. Quanto mais se desenvolvia a ideia de cidadão ideal, com a consolidação da democracia, mais a escravidão surgia como contraponto indispensável, ao escravo eram reservadas as tarefas consideradas menores dos trabalhos manuais e da luta pela sobrevivência. Não resta dúvidas, no entanto, de que na fase aristocrática anterior, havia ainda outros tipos de privilégios. O que enfatizamos no processo é a mutação do ideal político e o surgimento de uma concepção nova de poder. O ideal teórico da nova classe dos comerciantes foi elaborado pelos sofistas (professores de retórica do século V a.C.). Trabalho • Em que século se deu a organização da polis? • Onde estava centralizada a origem da cidade grega? • Qual é o sentido da palavra ágora e o que ela significa? • Como se deu a nova noção de justiça com a organização ou a criação da polis? • Com a organização da polis, qual foi a nova concepção de saber que surgiu? • Como se deu a origem do cidadão da polis? • Como a cidadão passou a participar dos destinos da cidade grega? • Quando se deu o apogeu da democracia ateniense? • Qual era a distribuição populacional de Atenas, a cidade mais importante da Grécia, no século V a.C? O Nascimento da Filosofia A grande aventura intelectual dos gregos não começou na Grécia Continental, mas nas colônias: na Jônia (metade Sul da costa ocidental da Ásia Menor) e na Magna Grécia (Sul da Península itálica e Sicília). Os primeiros filósofos viveram por volta do séc. VI a.C e, mais tarde foram classificados de Pré-Socráticos e agrupados em diversas escolas. Por exemplo, Escola Jônica (Tales, Anaximandro, Anaxímines, Heráclito, Empédocles); Escola Itálica (Pitágoras); Escola Eleática (Xenófanes, Parmênides, Zenão); Escola Atomista (Leucipo e Demócrito). Os escritos dos filósofos pré-socráticos desapareceram com o tempo e só nos restam alguns fragmentos ou referências feitas por filósofos posteriores. Trabalho • De acordo com o texto, onde começou a grande aventura intelectual dos gregos? • Em que século viveram os primeiros filósofos gregos? • Porque os primeiros filósofos gregos são chamados de pré-socráticos? • Cite nome de 4 escolas fundadas pelos primeiros filósofos?

WITTGENSTEIN E A FILOSOFIA DA LINGUAGEM

Ludwig Wittgenstein nasceu em Viena, em 26 de abril de 1889. foi o principal representante da filosofia da linguagem e inspirador do Círculo de Viena. Estudou engenharia em Berlim, em 1906, em Manchester, em 1908 e depois matemática em Cambride, 1911. Lutou no exército austríaco, na 1ª guerra mundial, sendo feito prisioneiro pelos italianos em 1918. O conjunto de suas obras é dividido por seus intérpretes em duas fases: o primeiro Wittgenstein e o segundo Wittgenstein. Na sua primeira obra Wittgenstein busca traçar os limites do que se pode pensar e representar pela linguagem, com o propósito de julgar a legitimidade das pretensões da filosofia e encontrar a estrutura essencial da linguagem, o seu alcance e seus limites, quando assim ele disse: “daquilo que não se pode falar, deve se calar”. Na segunda obra, chamado de 2º Wittgenstein, o filósofo passou a trilhar um novo caminho, afirmando ser extremamente insatisfatório os conceitos da linguagem estabelecidos anteriormente, julgando ser necessário aprimorar seus estudos, procurando elucidar todos os problemas da linguagem. Através dos “jogos de linguagem” ele chegou a conclusão de que as palavras nem sempre são empregadas no sentido verdadeiro e que seus significados nem sempre é o objeto que representa. Morreu de câncer em 1951. Trabalho 1- Caracterizar o nascimento do filósofo Ludwig Wittgenstein e sua trajetória de vida. 2- Como pode ser dividido o conjunto de suas obras, de acordo com seus intérpretes? 3- O que Wittgenstein procura tratar na sua primeira obra chamada Tratado Lógico Filosófico? 4- Na segunda parte, chamada de investigações filosóficas, qual é o novo olhar do filósofo sobre o assunto? 5- Através da filosofia de linguagem, estudando os “jogos de linguagem” ele chegou a conclusão de que as palavras nem sempre correspondem aos seus verdadeiros significados. Responda se está certo ou errado e justifique sua resposta. 6- O que você acha das gírias que usamos nos dias atuais em nossa linguagem. Faça seu comentário. A FILOSOFIA DA LINGUAGEM DE WITTGENSTEIN Wittgenstein, principal expoente da filosofia da linguagem, voltou a Viena depois da prisão na Itália e se diplomou como professor primário. De 1920 a 1926, ensinou em três pequenos povoados da Áustria. O ensino primário de Wittgenstein não interessa somente como testemunho de vida, mas também por outros dois motivos: 1. Como alguns estudiosos evidenciaram, a escola pôs Wittgenstein em contato com o ensino e os complexos problemas correspondentes da linguagem real; 2. Wittgenstein, juntamente com seus alunos compilou um dicionário para as escolas primárias, dicionário que nenhum pedagogo deve deixar de levar em consideração. A escola em que Wittgenstein ensinou, foi uma escola que teorizou a originalidade do sujeito contra todas as teorias associacionistas da mente. Por outro lado, juntamente com seus companheiros e colaboradores procurou dar vida a uma escola cujo objetivo fosse o de formar: homens de ação, corajosos, justos, moralmente sólidos, amantes do trabalho, homens que se virassem sozinhos no mundo, que soubessem compreender inteligentemente os valores culturais já criados e criassem novos valores culturais. Antes de mais nada, Wittgenstein queria tornar seus alunos senhores da língua que usava durante toda a sua vida. A partir daí, ele se preocupou em ampliar o seu aspecto lingüístico. Para ele, quanto mais ampla e rica é a linguagem que se domina, mais extensa é a realidade que se compreende. A LINGUAGEM DO HOMEM E DOS OUTROS ANIMAIS O homem é um ser que fala. A palavra se encontra no limiar do universo humano, pois caracteriza fundamentalmente o homem e o distingue do animal. Poderíamos dizer, porém, que os animais também têm linguagem. Mas a natureza dessa comunicação não se compara a revolução que a linguagem humana provoca na relação do homem com o mundo. A diferença entre a linguagem humana e a dos animais irracionais está no fato de que os animais irracionais não conhecem os símbolos, mas somente os índices. O índice relacionado de forma fixa e única com a coisa que se refere. Por exemplo: as frases com que nos adestramos os cachorros devem ser as mesmas, porque são índices, isto é, indicam a mesma coisa e uma coisa muito especial. Ninguém pode negar que o cachorro expressa a emoção por sons que nos permitem identificar medo, dor, prazer,etc. Quando abana o rabo ou rosna arreganhando os dentes, o cão nos diz coisas; e quando pronunciamos a expressão vamos passear, ele nos aguarda alegremente junto a porta. Quanto a entender o que o dono diz, isso se deve ao adestramento, e os resultados são sempre medíocres, porque são mecânicos, rígidos, geralmente obtidos mediante aprendizagem por reflexo condicionado. No estudo da linguagem das abelhas, por exemplo, dançando elas comunicam as outras onde encontraram pólen. No caso das abelhas, estamos diante de uma linguagem programada biologicamente, idêntica da espécie. Por outro lado, o símbolo é universal, convencional, versátil e flexível. Tomemos como exemplo a palavra cruz. Esta palavra não tem sentido unívoco, na medida que faz lembrar um instrumento usado para executar os condenados a morte; pode representar o cristianismo; pode ser também um enfeite e assim por diante, com múltiplas, infindáveis e inimagináveis significações. Assim, a linguagem humana intervém como uma forma abstrata que distancia a pessoa da experiência vivida, tornando-o capaz de reorganizá-la numa outra totalidade e lhe dar novo sentido, enquanto a linguagem irracional visa adaptação a situação concreta. É pela palavra que somos capazes de nos situar no tempo, lembrando o que aconteceu no passado e antecipando o futuro pelo pensamento. Enquanto o animal irracional vive sempre no presente, as dimensões humanas se ampliam para além de cada momento. É por isso que podemos dizer que, mesmo quando o animal irracional consegue resolver algum problema, sua inteligência é ainda concreta. Já o homem, pelo poder do símbolo, tem inteligência abstrata. Se a linguagem, por meio da representação simbólica e abstrata, permite o distanciamento do homem em relação ao mundo, também é o que possibilitará seu retorno ao mundo para transformá-lo. Portanto, se não tem oportunidade de desenvolver e enriquecer a linguagem, o homem torna-se incapaz de compreender e agir sobre o mundo que o cerca. Na verdade, o homem é um ser que pensa e fala. Se a palavra, que distingue o homem de todos os seres vivos, se encontrar enfraquecida na possibilidade de expressão, é o próprio homem que se desumaniza. O SER HUMANO E A COMUNICAÇÃO Primeiras Formas de Comunicação A história dos meios de comunicação se iniciou no momento em que os integrantes de um primeiro grupo humano começaram a se entender por gestos e sons indicativos de objetos e intenções. Em seguida, com base nessa experiência, surgiu a linguagem, concebida em sua primeira fase, como um elenco de nomes próprios. Com o passar do tempo, do nome próprio nasceu o nome comum, isto é, a palavra que não se limita a indicar um determinado objeto, mas sim, todos os objetos de uma mesma espécie. Por exemplo: peixe, para significar todos os peixes; árvore, significando qualquer tipo de árvores. Desse modo, a palavra se transformou em vestimenta de idéias. A palavra, mistério e redenção do homem, foi apenas o passo inicial de um infinito itinerário. Misteriosas quanto a suas origens, reconstituídas só por conjectura, a palavra permitiu uma eficiente transmissão de conhecimentos de geração a geração, fazendo surgir grupos humanos homogeneizados por um acervo cultural comum. A ESCRITA Mais tarde, o homem aprendeu a reproduzir, pelo desenho, a figura de animais, plantas e cenas da natureza. Discute-se sobre as intenções dos longevos artistas que desenharam as figuras nas paredes das cavernas. No entanto, qualquer que seja a explicação desses intuitos, o certo é que uma nova experiência se incorporou ao acervo humano. Talvez com base nessa experiência, talvez sem base nela, um dia o homem gravou uma marca a qual atribuiu um significado e, a partir desse primeiro sinal, lançou os fundamentos daquilo que viria a ser a escrita. Na verdade não sabemos qual teria sido esse sinal de tão insigne progênie, pois somente suposições orientam os pesquisadores neste assunto. É possível que os primeiros sinais gráficos tenham sido de conteúdo numérico. Talvez os caçadores anotando, com traços, a quantidade de animais abatidos. Primordial na história da escrita foi a invenção da pictografia, possivelmente quase quatro mil anos antes de Cristo. A escrita pictográfica ou hieroglífica constitui na representação desenhada de objetos concretos, formando, em sucessão, um relato coerente. Gradualmente alguns desses sinais tomaram um sentido convencional e passaram a designar conceitos abstratos, tornando-se ideogramas. Acrescentaram-se, depois, sílabas que, articuladas, formaram palavras. Afinal, surgiram signos alfabéticos que, correlacionando a escrita com a voz humana, reproduziram-na graficamente. Os egípcios, os assírios e outros povos da antiguidade conheceram essa evolução em seus sistemas de escrita. A última etapa do longo caminho viria a ser a utilização exclusiva dos caracteres alfabéticos nas comunicações escritas. Esta conquista final é creditada aos fenícios. Com a escrita, mesmo em sua forma mais rudimentar, o homem venceu o tempo e o espaço. Ela permitiu a fixação do conhecimento, mantendo-o disponível ao longo do tempo, e, simultaneamente, admitiu sua disseminação pelo transporte, facultando a comunicação a distância, culminando com toda evolução que temos e a que ainda teremos na história da humanidade. A LINGUAGEM SILENCIOSA DA COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL O Corpo Fala Sem Palavras Pela linguagem do corpo, você diz muitas coisas aos outros. E eles têm muitas coisas a dizer para você. Também nosso corpo é antes de tudo um centro de informações para nós mesmos. É uma linguagem que não mente, e cuja estrutura é demonstrada nas páginas que você tem agora em suas mãos. Elas darão a você uma nova dimensão na comunicação pessoal. Homem ou mulher, jovem ou maduro, casado ou solteiro, qualquer que seja sua profissão ou funçã o – este livro foi escrito para todo ser humano. Pois todo ser humano tem que lidar consigo mesmo e com os outros. Neste capítulo você vai conhecer a fascinante linguagem do corpo humano, de maneira fácil e prática, o que permitirá você lidar consigo mesmo e com os outros, e assim vai compreender que o nosso corpo fala. Por exemplo: alguém em sua frente cruza ou descruza os braços, muda a posição dos pés ou vira as palmas das mãos para cima. Tudo isso são gestos inconscientes e que, por isso mesmo, se relacionam com o que se passa no íntimo das pessoas. Estima-se que há de 2.500 a 5.000 (e às vezes até 10.000) bits o número de sinais informativos que fluem, por segundo, entre duas pessoas. Isto, evidentimente, inclui todas as mudanças que possam, em grau mínimo, ser discernidas por aparelhos registradores de alterações nas faixas percebidas como som, imagem, temperatura, tato e outros estímulos corporais. Comparemos então o corpo humano a uma esfinge. Aquela esfinge egípcia ou assíria. A esfinge era composta de 4 partes: • Cabeça de gente • Corpo de boi • Asas de águia • Tórax de leão Existe uma tradição antiga segundo a qual cada uma das partes representa uma parte do físico do homem e também a sua correspondência psicológica, que prevalece até hoje na psicologia moderna. O Boi, quando colocado em evidência na nossa expressão corporal, tende a se traduzir por uma acentuação do abdômem. A pessoa avança o abdômem; isto se encontra em pessoas que gosta de boas refeições, que se senta a vontade diante de uma farta mesa de almoço ou jantar. No plano sexual temos o famoso requebrar das mulheres. É uma provocação para os homens. Estes, por sua vez, engancham os polegares no cinto, com os outros dedos apontados para os órgãos genitais, numa nítida maneira de se oferecer. Vamos tomar como exemplo um rapaz e uma jovem: ele conversando com ela e com os polegares no cinto. Ela sai requebrando durante uns dois ou três passos, antes de voltar ao seu ritmo normal. E assim, ambos naquele breve encontro, mostraram, em linguagem do corpo, o que se passava na esfera da sua vida instintiva e vegetativa. O Leão se evidencia pelo tórax onde reside o coração; é o centro da emoção. Os especialistas em expressão corporal, sobretudo os coreógrafos, o consideram como o centro do EU. • Assim, quando há uma postura de preponderância do tórax, estamos em presença de uma preponderância do EU. São pessoas vaidosas, egocêntricas e extremamente narcisistas; ou que naquele momento querem se impor. • Ao contrário, quando o tórax está encolhido, estamos em presença ou diante de uma pessoa cujo EU está diminuído; são pessoas tímidas, submissas, retraídas ou que naquele momento se sentem dominadas pela situação. • Um tórax em postura normal significa um EU equilibrado. Podemos também observar o estado emocional da pessoa olhando atentamente para o seu tórax: • Aumento da respiração significa tensão e forte emoção. • Suspiros são indicadores de ansiedade e angústia. • O palpitar do coração e aumento do ritmo cardíaco é também indicador de forte emoção. A Águia, representada pelas asas, tem sempre o desejo de Voar, às vezes para contemplar a vida, por outras vezes voar para bem longe a fim de fugir de si mesmo. O Homem, representado pela cabeça, nos indica o estado de controle do corpo pela mente. • A cabeça erguida significa hipertrofia do controle mental. • A cabeça baixa significa que a pessoa é controlada pelos estímulos externos. • Cabeça em posição normal indica um controle normal na mente. N.B.: Nós Ocidentais, estamos infinitamente mais habituados a observar expressões na cabeça do que no restante do corpo das pessoas. Nosso retrato, nos documentos que nos identificam, não inclui o corpo, e a descrição por escrito tenta nos definir por detalhes faciais e não das outras partes do corpo. Nas culturas orientais, as representações da figura humana a buscam inteira, em expressivas atitudes corporais propositadamente significativas. A inferência é clara: a cultura do Oriente percebe mais a linguagem do corpo do que nós, os ocidentais. Por exemplo, nas moedas das culturas ocidentais de todos os tempos, podemos observar o perfil dos monarcas sempre de cabeça erguida, nunca estão cabisbaixo; a sua atitude é mostrar que enxergam longe, dominando o futuro. Sobre os Autores: Pierre Weil: Doutor em Psicologia pela Universidade de Paris, Professor na Universidade de Minas Gerais, Diretor do Cento de Psicologia Aplicada RJ, Especialista em Psicoterapia de Grupo e Psicodrama e autor de vários livros editados em diversos países, incluindo o conhecidobest-seller “Relações Humanas na Família e no Trabalho”. Roland Tompakow: Professor de Comunicações dos Cursos de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas – RJ, artista gráfico, técnico em Informática Visual, jornalista, assessor de Informática em marketing de várias Empresas e coordenador dos registros de Cinésica do grupo de Pesquisas chefiado pelo professor Pierre Weil. Sobre a Digitalização desta Obra: Esta obra foi digitalizada para proporcionar de maneira totalmente gratuita o benefício de sua leitura àqueles que não podem comprá-la ou àqueles que necessitam de meios eletrônicos para ler. Dessa forma,a venda deste e-livro ou mesmo a sua troca por qualquer contraprestação é totalmente condenável em qualquer circunstância. A generosidade é a marca da distribuição, portanto: Distribua este livro livremente! Se você tirar algum proveito desta obra, considere seriamente a possibilidade de adquirir o original. Incentive o autor e a publicação de novas obras!

OS FUNDAMENTOS DA FILOSOFIA MODERNA

RENÉ DESCARTES: O FUNDADOR DA FILOSOFIA MODERNA René Descartes nasceu em La Haye, na França, em 31 de março de 1596. Fez seus primeiros estudos no famoso colégio de La Fleche, onde aprendeu a filosofia tradicional. Sonhou várias vezes que sua vocação consistia em reformar a ciência e procurar a verdade, apoiando-se apenas na razão. Descartes estabeleceu a moral provisória em sua filosofia, fundamentando-a em quatro máximas: 1ª – Obedecer as leis, os costumes e a religião em que foi instruído; 2ª – Perseverar o mais firme possível em suas ações; 3ª – Procurar vencer a si mesmo e seus desejos; 4ª – Cultivar a razão, progredindo o máximo no conhecimento verdadeiro. No seu famoso discurso sobre o método, formulou suas regras fundamentais: 1ª – Regra da Evidência: só admitir como verdadeiras as idéias claras e distintas, que excluam qualquer possibilidade de dúvida. 2ª – Regra da Análise: Dividir os problemas em tantas partes quantas sejam necessárias para chegar do complexo ao mais simples. 3ª – Regra da Síntese: Ir conduzindo o pensamento dos objetos simples aos mais complexos, supondo uma ordem natural entre eles. 4ª – Regra da Verificação: Fazer enumerações completas e revisões gerais certificando-se de não ter esquecido nada. Em sua filosofia, Descartes usa a Dúvida Metódica. Para ele, os sentidos podem muitas vezes nos enganar. Inclusive, todo universo poderia ser uma ilusão arquitetada por um gênio maligno para enganar as pessoas. No entanto, nada resiste a dúvida. A única certeza que se pode ter é a certeza de que está duvidando. “Posso duvidar de tudo, mas não posso duvidar de que estou duvidando. Se duvido penso, se penso, existo”. A filosofia, seguindo essa orientação, deixa de ser ciência do ser, passando a doutrina do conhecimento. Trabalho 1- Caracterizar o nascimento do filósofo René Descartes. 2- Qual era o sonho filosófico de Descartes. 3- Quais são as 4 regras fundamentais do discurso sobre o método de Descartes? 4- Descartes, em sua dúvida metódica dizia: “Posso duvidar de tudo, mas não posso duvidar de que estou duvidando. Se duvido penso, se penso existo”. Comente. 5- Citar as 4 máximas da moral provisória de Descartes. 6- Para Descartes, a essência do homem é o pensamento e a idéia de Deus seria necessário para garantir a existência do mundo. Dê sua opinião. 7- Para Descartes o mundo é visto como um relógio, o corpo é visto como uma máquina. E para você? Explique. 8- Como Descartes é considerado para a Filosofia? Justifique. O CRITICISMO KANTIANO Immanuel Kant nasceu em Konisberg, Alemanha, em 22 de abril de 1724. De família pobre, foi extremamente metódico, escrupuloso e apegado aos hábitos. Foi considerado o relógio da cidade. Acordava todos os dias às 5 horas da manhã e percorria as mesmas ruas da cidade sempre no mesmo horário. Os ensinamentos de Kant podem ser sintetizados em torno de duas grandes questões: o conhecimento, suas possibilidades, seus limites e suas esferas de aplicação; o problema da ação humana, problema moral. Kant escreveu três grandes obras nesta direção: A Crítica da Razão Pura; Crítica da Razão Prática e a Crítica do Juízo. Seu imperativo categórico é: “Faça aos outros somente aquilo que você gostaria que fizesse a você”. E, “não faça aos outros aquilo que não gostaria que fizesse a você”. Kant dizia: “Duas coisas sempre me fascina todas as vezes que minha mente nelas se detêm, o céu estrelado acima de mim e a lei moral dentro de mim”. A razão humana, segundo ele, não é somente razão teórica, mas também razão prática, capaz de determinar a vontade e a ação moral. Foi um dos filósofos mais significativos da época moderna, influenciando fortemente os filósofos posteriores. Morreu em 1804, depois de ter perdido a memória e a lucidez intelectual e se tornar quase cego. Trabalho nº 1 Leia o Criticismo Kantiano e Resolva 1- Caracterizar o nascimento do filósofo Immanuel Kant. 2- De que nacionalidade era ele? 3- Defina os termos: a) Extremamente metódico b) Escrupuloso c) Apegado aos hábitos 4- Quais as três obras importantes que ele escreveu? 5- Qual é a justificativa para o termo Criticismo Kantiano? 6- O que significa dizer que o filósofo foi considerado o relógio da cidade? 7- Immanuel Kant sintetiza seus ensinamentos sobre duas grandes questões. Cite-as. 8- Dê sua opinião: “Faça aos outros somente aquilo que gostaria que fizesse a você. E, “não faça aos outros aquilo que não gostaria que fizesse a você”. 9- Caracterizar a morte do filósofo Kant. 10- Comente as frases de Immanuel Kant: O IDEALISMO HEGELIANO Friedrich Hegel nasceu em Estutigarda, Alemanha, aos 27 de agosto de 1770. Seu pai era funcionário público e a família não carecia de recursos. Dotado de inteligência excepcional e cultura enciclopédica, foi professor nas universidades de Lena, Heidelberg e Berlim, onde passou a ser o filósofo oficial do estado prussiano. Desde jovem foi grande metódico, estudioso incansável, versado em vários campos do saber. Em 1788, matriculou-se na universidade de Tubinga, estudando filosofia durante um biênio e teologia durante um triênio. Na universidade, estabeleceu relações de amizade com companheiros de estudo destinados a se tornarem protagonistas da cultura alemã. Juntamente com Schelling e Holderlin, participou da cerimônia que celebrou os ideais da revolução francesa com a simbólica plantação da árvore da liberdade. Hegel escreveu sua obra principal chamada de Fenomenologia do Espírito e nela elaborou a forma mais completa do idealismo expressa na sua famosa frase: “tudo aquilo que real é racional e tudo aquilo que é racional é real”. Procurou interpretar a totalidade dos fatos e da história, quando disse: “infeliz é o povo que não conhece sua história, pois está condenado a cometer no futuro os mesmos erros do passado”. Criou o método dialético que se faz em três momentos: tese, antítese e síntese. Morreu aos 14 de novembro de 1831, atacado de cólera, com 61 anos de idade. Trabalho Leia o texto: O Idealismo Hegeliano e Faça o que se pede 1- Dê o significado das expressões: a) Grande metódico. b) Estudou filosofia durante um biênio. c) Estudou teologia durante um triênio. d) Protagonistas da cultura alemã. 2- Comente sobre as qualidades do filósofo Hegel: a) Dotado de inteligência excepcional. b) Cultura enciclopédica. c) Estudioso incansável. d) Versado em vários campos do saber. 3- Justifique as duas frases do filósofo Hegel: a) “Tudo aquilo que é real é racional e tudo aquilo que é racional é real”. b) “Infeliz é o povo que não conhece sua história, pois está condenado a cometer no futuro os mesmos erros do passado”. THOMAS HOBBES E A TEORIZAÇÃO DO ESTADO ABSOLUTO Thomas Hobbes nasceu em Malmesbury, Inglaterra, em 1588. A mãe deu-o à luz prematuramente, devido ao terror que lhe causou a notícia da chegada da “armada invencível”, de modo que, em sua autobiografia ele afirmava que sua mãe, junto com ele havia dado a luz ao seu irmão gêmeo, o medo. Thomas Hobbes tinha aversão por Aristóteles e não gostava da posição defendida por ele sobre o homem e sua comparação feita com os animais. Para ele, cada homem é diferente dos outros homens. Cada homem é um átomo de egoísmo. O homem não é de modo algum ligado aos outros homens por um consenso espontâneo como o dos animais. Existem entre os homens motivos de contendas, invejas, ódios e sedições, que não existe entre os outros animais. Os animais não percebem defeitos em sua sociedade, ao passo que o homem os percebe, querendo introduzir contínuas novidades, que constituem causas de guerras e discórdias. Os animais não têm a palavra, que nos homens é frequentemente uma trombeta de guerra e sedição. A condição em que os homens se encontram naturalmente é uma condição de guerra de todos contra todos. Cada qual tende a se apropriar de tudo aquilo que necessita para a sua própria sobrevivência e conservação. Para Hobbes, “homo homini lupus”: “o homem é o lobo do homem”. Morreu em dezembro de 1679, com 91 anos de idade. Trabalho nº 1 1- Caracterizar o nascimento do filósofo Thomas Hobbes. 2- Thomas Hobbes tinha aversão por Aristóteles e não gostava da posição defendida por ele sobre o homem. Qual é a comparação que Aristóteles fazia entre o homem e os animais? 3- Como Thomas Hobbes caracterizava o homem? 4- Do ponto de vista do estrago de bens públicos, qual é o nome que podemos dar para o termo sedição. 5- Thomas Hobbes dizia que no homem o bem público difere do bem privado. O que é considerado como bem público e bem privado? 6- Comente as frases: a) A condição em que os homens se encontram é uma condição de guerra de todos contra todos. b) O homem é um átomo de egoísmo. c) Cada pessoa tende a se apropriar de tudo aquilo que necessita para a sua própria sobrevivência e conservação. d) O homem é o lobo do homem. Trabalho nº 2 Fazer um paralelo entre a Filosofia de Aristóteles e a Filosofia de Thomas Hobbes, identificando: a) Pontos semelhantes na filosofia dos dois filósofos. b) Pontos diferentes entre os dois pensadores. c) Você concorda com o pensamento de Aristóteles ou com Thomas Hobbes? Porquê? d) Nos dias de hoje, qual é o pensamento mais presente, o de Aristóteles ou o de Thomas Hobbes? Justifique. e) Na sua opinião, qual das duas filosofias é mais correta para a aplicação na vida diária? f) Que sinais da Filosofia de Aristóteles e de Thomas Hobbes podemos perceber no mundo de hoje? Cite 2 exemplos de cada um. A Filosofia de Karl Marx Karl Marx nasceu em Trévolos, na Alemanha, em 15 de março de 1818. fez seus estudos superiores na universidade de Berlin, seguindo, num primeiro momento a filosofia de Hegel. Marx é materialista e desenvolveu dois conceitos de materialismo: o histórico e o dialético. Marx relata em seus escritos sobre a teoria das alienações, que é a perda de algo que lhe é próprio. 1) Alienação Filosófica 2) Alienação Econômica 3) Alienação Religiosa 4) Alienação Política e Social Ele relata também sobre as várias épocas da história da humanidade, segundo os vários tipos de estruturas: a) Comunismo Primitivo: comunhão dos meios de produção. b) Escravidão: os escravos não possuíam nenhum meio de produção. c) Capitalismo: os servos e os proletários tinham como próprio só o trabalho. d) Comunismo Futuro: posse comum dos meios de produção. Karl Marx foi o intérprete de maior destaque da revolução industrial, o teórico do socialismo científico e o profeta da revolução proletária. Morreu em Londres, em 14 de março de 1883. TRABALHO 1- Caracterizar o nascimento do filósofo Karl Marx. 2- Quais os dois tipos de materialismo que Karl Marx desenvolveu, no início da formulação de suas teses? 3- O que é alienação para Karl Marx? E para você, o que é estar alienado? 4- Quais os tipos de alienações que Karl Marx relata? 5- Quais as épocas da história da humanidade que Karl Marx relata nos seus escritos? 6- O que significa dizer que Karl Marx foi o intérprete de maior destaque da revolução industrial, o teórico do socialismo científico e o profeta da revolução proletária? NIETZSCHE E A CRÍTICA DA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL Friedrich Nietzsche nasceu em Rochen, nas proximidades de Lutzen, na Alemanha, aos 15 de outubro de 1844. Foi professor de filosofia da universidade da Basiléia, onde se sentiu destinado a revolucionar toda a filosofia. Abandonou a cátedra, obtendo uma pensão vitalícia. Viajou pela Europa, escrevendo várias obras, criticando os valores estabelecidos. Uma de suas frases se tornou famosa: “Não sou um homem, sou um dinamite”. Suas idéias serviram como sustentação teórica para o nazismo, quanto à supremacia da raça ariana e seu destino de dominação do mundo. Nietzsche se considerava o super-homem e o homem do destino. Proclamava a morte de Deus pelo afastamento da sociedade ocidental e dizia que o cristianismo é um vício e uma grande maldição. Para Nietzsche, a morte de Deus dividia a história da humanidade e afirmava que em Deus está divinizado o nada. Perguntava ele: O que aconteceu com Deus? Eu vos direi: nós o matamos. E acrescentou: “sobre as cinzas de Deus erguerá a idéia do super-homem. Nietzsche afirmava que a destruição de Deus representaria a construção do super-homem. O super-homem é o sentido da terra. Eu vos conjuro, irmãos meus, a que permaneçais fiéis ao sentido da terra e não presteis fé aos que falam de esperanças supraterrenas. Para ele, no mundo não há ordem e nem sentido. Morreu em 1900, vítima da loucura. Trabalho Leia o texto: Nietzsche e a Crítica da Civilização Ocidental e Resolva 1- Dê o significado das expressões: a) Abandonou a cátedra, obtendo uma pensão vitalícia. b) Viajou pela Europa, escrevendo várias obras e criticando os valores estabelecidos. c) Suas idéias serviram como sustentação teórica para o nazismo. d) Supremacia da raça ariana e seu destino de dominação do mundo. 2- Comente a frase: “Não sou um homem, sou um dinamite”. 3- O que significa dizer: a) Nietzsche proclamava a morte de Deus pelo afastamento da sociedade ocidental. b) Para ele o cristianismo é um vício e uma grande maldição. Dê sua opinião. 4- Faça um paralelo entre o pensamento de Blaise Pascal e Friedrich Nietzsche, mostrando os pontos semelhantes e divergentes entre os dois filósofos. 5- Compare as duas teorias: O Compromisso de apostar em Deus X Teoria da morte de Deus e mostre seus autores. A ONTOLOGIA FUNDAMENTAL DE MARTIN HEIDEGGER Martin Heidegger nasceu em Messkirch, Alemanha, em 1889. Foi assistente de Bertrand Hursserl em Friburgo. Sucedeu-o na cátedra de filosofia e se tornou, durante o nazismo, reitor da universidade. Procurou reconstruir a filosofia em bases novas e aplicar o método fenomenológico ao estudo do ser. Para Heidegger, o ponto de partida para o estudo do ser é o homem, porque ele não é um ente qualquer, mas um ente que tem relação singular com o ser. Para ele, a morte pertence à estrutura fundamental do homem. Ela não é uma possibilidade distante, mas constantemente presente. O ser está sempre nessa possibilidade. Depois dela não há outra. Com a morte a pessoa conquista a totalidade de sua vida. Ela é extrema possibilidade que limita e que determina a totalidade do seu ser. O homem adquire consciência de sua sujeição à morte através da angústia, outra disposição fundamental do ser. A angústia coloca o homem diante do nada, do nada de sentido. Martin Heidegger foi o teórico da existência, entendida como um “viver para a morte” e da angústia como sentido da ameaça e da presença do nada. Morreu em 1976, aos 87 anos de idade. Trabalho 1- Caracterizar o nascimento do filósofo Martin Heidegger. 2- Qual é o ponto de partida para o estudo do ser, segundo Martin Heidegger? Porque? 3- A filosofia de Martin Heidegger é a voltada para a morte. Como ele considera o assunto? 4- O que significa dizer que a morte não é uma possibilidade distante, mas constantemente presente? 5- Martin Heidegger afirmava que o homem está sempre na possibilidade da morte. Depois dela não há outra. Dê sua opinião. 6- Comente: “A angústia coloca a pessoa diante do nada, do nada de sentido”. JEAN-PAUL SARTRE E O EXISTENCIALISMO Jean-Paul Sartre nasceu em Paris, em 1905. Realizou seus estudos na Escola Normal Superior e ensinou filosofia em Paris até o início da última grande guerra mundial. Convocado para o exército, foi aprisionado pelos alemães e levado para a Alemanha. Quando voltou para a França, fundou o grupo de resistência intelectual “Socialismo e Liberdade”, juntamente com Merleau-Ponty. Sartre representa a vertente atéia do existencialismo. Foi niilista e ateu. Sua filosofia se tornou conhecida especialmente através de suas obras teatrais. Era contrário a toda ordem estabelecida. Chegou até a recusar o Prêmio Nobel de Literatura. Sartre considerava que o homem não tem essência, apenas existência. No homem não há valores a preservar. Para Sartre, somos condenados a ser livres, pois a liberdade consiste na escolha do próprio ser. Na sua obra “O Ser e o Nada” ele afirma que o homem é uma paixão inútil. Sartre dizia que as pessoas sentem vergonha de serem olhadas e afirmava: “o olhar alheio me fixa e me paralisa”. Sensação de culpa, não por ter cometido algo de errado, mas por ser objeto em meio às outras coisas. Segundo ele, os outros são o inferno para nós. Sartre dizia que a existência humana é insignificante, absurda e sem sentido. Não há um Deus capaz de trazer sentido à existência humana e a única alternativa é aceitar o absurdo de nossa existência. É necessário que o homem se reencontre consigo mesmo e nada poderá libertá-lo de si próprio, mesmo que fosse possível uma convincente prova da existência de Deus. Morreu em 1980, com 75 anos de idade. Trabalho 1- Caracterizar o nascimento do filósofo Jean-Paul Sartre. 2- Cite algumas características de sua vida. 3- Dê o significado das palavras: ateu ou atéia, existencialista ou existencialismo, niilista, essência e existência. 4- O que significa dizer que ele se tornou conhecido por suas obras teatrais? 5- Segundo Sartre, no homem não há valores a preservar. Dê sua opinião. 6- Qual é a sua opinião sobre as afirmativas: a)“Somos condenados a ser livres”. b) “O homem é uma paixão inútil”. c) “As pessoas sentem vergonha de serem olhadas”. d) “Os outros são o inferno para nós”. 7- Para Sartre, a existência humana é insignificante, absurda e sem sentido. O que você acha? Porquê? 8- Para ele, não há um Deus capaz de trazer sentido à existência humana. Você acredita que a humanidade está tendo verdadeiro sentido? Faça seu comentário.

sábado, 11 de março de 2017

MULHERES NA FILOSOFIA

A história da filosofia demonstra a presença de várias mulheres filósofas, embora com destaque reduzido. Isso se deve a vários fatores, dentre os quais a menor presença de mulheres em relação a homens nesse campo ao longo de toda a história. Em certos casos, porém, seus trabalhos não foram tão reconhecidos e difundidos simplesmente por questões culturais. Antiguidade (Séc. XXIII) Enheduana - Foi o primeiro ser humano de que se tem notícia a assinar suas próprias obras, sendo por isso a primeira pensadora da História. Foi também a primeira sacerdotisa (sábia, filósofa) do templo da deusa lua; nestes templos dirigia várias atividades, comércio, artes; também eram ensinados matemática, ciências e especialmente o movimento das estrelas e dos planetas. Escreveu 42 hinos para a deusa Inana e é por isso uma das principais fontes da mitologia suméria. Antiguidade(Séc. IX - IV) Lopamudra - Foi uma filósofa da Índia, que viveu em cerca de 800 a.C.; a ela deve-se um dos hinos do Rigveda e a disseminação dos mil nomes da Deusa mãe. Temistocléia - Foi uma filósofa, matemática e uma alta profetisa de Delfos, que viveu no século VI a.C. e foi, segundo o filósofo Aristoxenos a grande mestra de Pitágoras, introduzindo-o aos princípios da ética, Depois de Pitágoras criar o termo filosofia, Temistocléia teria sido a primeira mulher filósofa do Ocidente [1]. Melissa - Melissa foi uma filósofa e matemática pitagórica. Safo de Lesbos(VII-VI a. C) - Poetisa e educadora nascida em Mitilene, na ilha de Lesbos. Rivalizou com o poeta Alceo e, junto com ele, representa a criação da poesia lírica grega, em contraposição à poesia épica (Homero). Da sua obra conservaram-se dez livros. Theano (546 a. C. -) Nascida em 546 a.C., viveu na última parte do século VI a.C. foi uma matemática grega. É também conhecida como filósofa e física. Theana foi aluna de Pitágoras e supõe-se que tenha sido sua mulher. Acredita-se que ela e as duas filhas tenham assumido a escola pitagórica após a morte do marido. Aspásia de Mileto (470-410 a. C.) - Nascida em Mileto, pertenceu ao círculo da elite de Atenas onde conhece Péricles e com ele tem um filho. Como sofista da época, Aspásia também nada escreveu, e os relatos de sua habilidade como argumentadora e educadora, bem como sua influência política sobre Péricles encontram-se na obra de Platão. Diotima de Mantineia (século V a C) - Personagem criada por Platão é apresentada como sábia no diálogo o Banquete. Não se sabe ao certo se existiu, mas acredita-se que sim. A ela atribui-se toda a teoria socrático-platônica do amor. Asioteia de Filos (393 – 270 a C)[editar | editar código-fonte] Ensinava física na Academia de Platão ao lado de outras mulheres que frequentavam a escola. Hipárquia de Maroneia - Aristocrata, é elogiada por Diógenes Laertios pela cultura e raciocínio, comparando-a com Platão. Escreveu: “Cartas e Tragédias”. Maria, a judia, ou Miriam (séc. I d C) - Viveu em Alexandria, seguidora do culto de Isis é considerada como a fundadora da alquimia. Entre os escritos está o livro de Magia Prática. Atribui-se a ela a descoberta do ácido clorídrico e é em homenagem às suas descobertas com o ponto de ebulição da água o nome de banho-maria. Hipácia de Alexandria (415 d C) - Cultivou superiormente as matemáticas e a filosofia. Manteve viva a chama do pensamento helênico de raiz ateniense numa Alexandria dilacerada pelas lutas religiosas. Foi brutalmente assassinada por uma multidão de religiosos fanáticos. Idade Média(Séc. V - XIV) Hildegarda de Bingen (1098-1179) - Conhecida como terapeuta e visionária. Vasta obra de ciência natural sobre biologia e botânica, astronomia e medicina. Fundou um monastério em 1165, seus escritos místicos e teológicos filosóficos são de inspiração platônica. Heloísa de Paráclito (1101-1164) - Francesa, foi abadessa do convento de Paráclito, uma comunidade monástica fundada pelo filósofo Pedro Abelardo, seu professor e amante. A longa correspondência dos dois documenta a paixão e o debate que nutriam ao longo da vida (Correspondências ou Epístolas). Também escreveu um texto chamado “Problemata”. Akka Mahadevi (1130-1160) - Suas Vachanas são consideradas uma forma de poesia didática e sua maior contribuição para a literatura Kannada Bhakti. A ela foi concedido o título honorífico Akka pela relevância da obra. Sabe-se que foi ativa em favor de causas femininas e do bem-estar das mulheres; participou de grupos de estudo em filosofia do Anubhavamantapa e de ascensão espiritual (Moksha; por ela nomeado de arivu). Catarina de Siena (1347-1380) - Liderou uma comunidade de homens e mulheres, sendo considerada a última reformadora religiosa do período medieval. Escreveu “Diálogo da Doutrina Divina”. Cristina de Pizan (1365-1431) - Considerada a primeira autora profissional. Sua obra mais famosa foi escrita em 1405, “A Cidade das Mulheres”. Questiona a autoridade masculina dos grandes pensadores e poetas que contribuíram para a tradição misógina e decide fazer frente às acusações e insultos contra as mulheres. Idade Moderna(Séc. XV - XVIII) Teresa de Jesus (de Ávila) (1515-1582) - A partir de 1562 começa a fundar monastérios das carmelitas descalças na Espanha, uma variante feminina da ordem da qual pertencia. Obras: “Caminho da Perfeição”, a autobiografia “Livro de sua Vida”, “Castelo Interior” ou “As Moradas”. Louise Labé (1524-1566) - Francesa erudita, literata e música. Obras: “Sonetos”, “Debate entre a Loucura e o Amor”. Na dedicatória deste livro escreve uma espécie de manifesto das reivindicações femininas: o direito das mulheres à ciência e outros conhecimentos. Oliva Sabuco (1525/30) - Médica e filósofa espanhola; foi pioneira em medicina psicossomática, apontando a necessidade de unir filosofia e medicina, corpo, alma, mente e demonstrando que até a cosmologia pode afetar a saúde humana. Escreveu uma obra holística com sete tratados sobre o assunto, publicada em 1587. Mary Astell (1666-1731) - Uma pensadora que unificou suas convicções filosóficas e religiosas em uma visão feminista. Inovou o campo moral e pedagógico de sua época. Obras: “A Serious Proposal to the Ladies for the Advancement of their true and greater Interests” e “By a lover of her Sex”. Maria Gaetana Agnesi (1718-1799) - Foi uma linguista, filósofa e matemática italiana. Agnesi é reconhecida como tendo escrito o primeiro livro que tratou, simultaneamente, do cálculo diferencial e integral. Escreveu em latim a obra "Propositiones philosophicae" (Proposições Filosóficas), publicada em Milão em 1738; mas o que a tornou notável foi o seu compêndio profundo e claro de análise algébrica e infinitesimal na obra "Instituzioni Analitiche" (Instituições Analíticas), traduzida para o inglês e para o francês. Mary Wollstonecraft (1739- 1797) - Escreveu seu primeiro livro em 1787, “Pensamentos sobre a Educação das Filhas”, onde se percebe a influência de Locke e Rousseau. Em 1790 escreve a “Reivindicação dos Direitos dos Homens” e, em 1792, sua obra mais importante, um tratado político-filosófico intitulado “A Reivindicação dos Direitos das Mulheres”. Olímpia de Gouges (1748-1793) - São mais de quatro mil páginas de escritos revolucionários, peças de teatro, panfletos, novelas, sátiras, utopias e filosofia. Foi presa por questionar a escravidão dos negros; tomou posições em favor dos direitos da mulher (divórcio, maternidade, educação e liberdade religiosa) e defendeu oprimidos e humilhados com tal dedicação será condenada à guilhotina, em 1793. Das obras destacam-se: “Memórias de Mme. De Valmont”, “Carta ao Povo”, “Os Direitos da Mulher e Cidadã”. Harriet Taylor (1807 – 1858) - Foi uma filósofa e defensora dos direitos das mulheres. A estreita relação com Stuart Mill torna difícil dizer o quanto cada um assumiu o trabalho que produziram coletivamente, principalmente a obra The Subjection of Women. Idade Contemporânea (Séc. XIX - XX) Rosa de Luxemburgo (1871-1919) - Publicava, em Paris, o Jornal A Causa Operária, em 1906. Participou sempre à esquerda das atividades do Partido Social Democrata Polonês e do III Congresso da Internacional Socialista. Foi presa diversas vezes. Em 1919 é assassinada pela polícia em uma prisão alemã. Obras: “Acumulação do Capital”, “Contribuição para a explicação do Imperialismo”, “Militarismo, guerra e classe operária”, “A revolução Russa.” Lou Andreas-Salomé (1861-1937) - Em 1919 escreve seu primeiro ensaio de argumento psicológico, “O Erotismo”. Passou então a freqüentar o debate psicanalítico e encontrou os argumento que necessitava para articular seus maiores interesses: a arte, a religião e a experiência amorosa como pode se verificar em sua obra: “Reflexões sobre o problema do amor”, “Religião e Cultura”, “Jesus, o judeu”, “Meu agradecimento a Freud”. Edith Stein (1891-1942) - Lecionava na Universidade de Gottinger. E 1915 presta serviço a Cruz Vermelha.Em 1925 dedica-se a uma intensa atividade, traduzindo obras de São Tomás de Aquino e Newman e publicando “Sobre o Estado e a Fenomenologia de Husserl”. Interessou-se pela questão feminina no campo filosófico e religioso, publicando “Ethos” das profissões das mulheres. Morreu em 1942 em Auschwitz numa câmara de gás. Maria Zambrano (1904-1991) - Em 1936 faz parte de um grupo de intelectuais que com missões pedagógicas, iniciam uma experiência de educação popular. A relação entre poesia e filosofia, o mito e a razão, a paixão e o intelecto, a obra e a ação, o papel dos intelectuais e o sentido da história parecem ser as principais preocupações de Maria Zambrano. Hannah Arendt (1906-1975) - A partir de “As origens do Totalitarismo”, inicia uma reflexão dos acontecimentos de sua época; pensa de um modo novo a política e critica a tradição filosófica de seu tempo e seus contemporâneos. Obras: “A condição Humana”, “Entre o passado e o futuro”, “Crises da República”, “Eichmann em Jerusalém”, “A banalidade do mal”, “A vida do Espírito. O pensar, o querer e o julgar” Simone de Beauvoir (1908-1986) - Representante do Existencialismo. Colaboradora da Revista Tempos Modernos. Nas décadas de 50 e 60 viajou pelo mundo debatendo sua produção filosófica, com grupos políticos e feministas. O “Segundo Sexo”, obra sobre a condição feminina, transformou-se em ícone do movimento feminista. Escreveu também: “Por uma moral da ambiguidade”, “A força das coisas” e “Balanço final”, entre outros. Foi professora mas, seguindo seu impulso político, decidiu fazer parte da classe operária. Seus textos refletem suas experiências e suas intuições, bem como seu percurso pelo marxismo até a religião. Obras: “Reflexões sobre as Causas da liberdade e da opressão social”, “Reflexões sobre a Origem do Hitlerismo”, etc. Angela Davis (1944) - Ativista radical dos anos 70 no movimento político Black Power- as panteras negras. Debate os conceitos de liberdade e liberação, bem como a reflexão sobre o sexismo e racismo, ao lado da classe e o poder. Seus escritos trazem um pensamento transformador para a reflexão filosófica no século XX.[2] Susanne Langer (1895-1985) - Susanne Langer (Susanne Katherina Knauth, Nova Iorque, 20 de dezembro de 1895 — Nova Iorque, 17 de julho de 1985) foi uma grande especialista em filosofia da arte, seguidora de Ernst Cassirer. Sua publicação mais conhecida em português é Filosofia em Nova Chave, seus principais escritos enfocam o papel da arte no conhecimento humano. Entre suas principais influências destacam-se também o filósofo e matemático Alfred North Whitehead, o músico Heinrich Schenker, o filósofo da educação Louis Arnaud Reid, o psiquiatra e neurologista alemão Kurt Holdstein. Define a obra de arte como um símbolo presentacional que articula a vida emocional do ser humano. Ayn Rand (1905-1982) - Ayn Rand foi uma escritora, dramaturga, roteirista e controversa filósofa estado-unidense de origem judaico-russa, mais conhecida por desenvolver um sistema filosófico chamado de Objetivismo. A filosofia e ficção enfatizam noções de individualismo, egoísmo racional, e capitalismo. Os romances preconizam o individualismo filosófico e liberalismo econômico. Sarah Kofman (1934–1994) - Foi uma filósofa francesa com mais de 20 livros publicados, sobre diferentes assuntos; estudos sobre a mulher na psicanálise freudiana (considerada a mais completa análise sobre a sexualidade feminina em Freud), a trajetória da mulher na filosofia ocidental e estudos sobre Nietzsche. Julia Kristeva (1941) - É uma filósofa búlgara-francesa. Erudita, é autora de vários livros em variadas áreas de conhecimento, como arte, linguística, feminismo e pós-estruturalismo. N.B – Existem outras mulheres filósofas nos dias de hoje, que estão vivas, escritoras, acadêmicas, jornalistas e muito mais. Dentre elas podemos citar: Marilena Chauí, Mirna Fernandes, Maria Lúcia de Arruda Aranha, Maria Helena Pires Martins, Mirna Fernandes e outras.

LISTA DE 50 MULHERES QUE INFLUENCIARAM O MUNDO

Nos anos 60, Leila Diniz tornou-se símbolo da mulher brasileira emancipada e independente Para aqueles que acham que as mulheres não merecem ser louvadas em um dia especial, deveriam saber que as moças já apanharam muito na história do mundo e tiveram seu papel relegado ao segundo plano. Mesmo nas crenças religiosas, as mulheres são associadas ao mal: Eva, responsável pela nossa expulsão do Paraíso; Maria Madalena, colocada como prostituta no Novo Testamento; e Salomé, sedutora que pediu a cabeça de João, o batista, estão aí para mostrar uma terrível imagem feminina aos crentes. Já na mídia podemos exemplificar com a revista Life, que em 1997 por exemplo, lançou uma belíssima edição sobre os maiores acontecimentos do milênio. Dos 100 grandes nomes relacionados aos avanços nessa trajetória, só 9 eram de mulheres. Por isso, para fazer real justiça ao público feminino, listamos, abaixo, 50 grandes mulheres que mudaram a vida dos homens, rivalizando-os com seu poder, inteligência e força interna. Graças a elas e tantas outras, nossa existência ficou mais rica e, seguramente, mais interessante. Obviamente que toda lista é polêmica e sabemos que essas 50 mulheres estão entre milhares de outras, mas que elas sirvam, hoje e em todos os dias do ano, como inspiração. 1.Helena de Tróia (Grécia - lendária) Figura mitológica de beleza e graça incontestável, teria sido o motivo pelo qual os gregos batalharam os troianos na famosa guerra, ganha especialmente por um cavalo de madeira. 2.Nefertiti (Egito - 1380 AC a 1345 AC) Rainha egípcia, junto com seu marido, o faraó Akhenaton, alterou as crenças religiosas de seu povo para o monoteísmo e levou-os a louvar o sol ao invés da lua. 3.Phryne (Grécia - cerca de 400 AC) Famosa cortesã grega em cerca de 400 AC, tinha uma beleza considerada divina, a ponto de livrá-la da morte por heresia em um tribunal. 4.Cleópatra (Egito - 70 AC a 30 AC) Um dos nomes femininos mais conhecidos de todos os tempos, governou o Egito e levou os romanos Julio César e Marco Antônio à loucura e a uma rivalidade sem tamanho. 5.Boadicéia (Inglaterra - cerca de 66 AC) Rainha celta que liderou tribos em um levante contra as forças romanas que ocupavam a Grã-Bretanha. Era "alta, terrível de olhar e abençoada com uma voz poderosa", segundo o historiador clássico Dião Cássio. 6.Hipácia de Alexandria (Grécia - de 370 a 415) Matemática e filósofa, adepta às filosofias de Platão, foi perseguida pelos reis cristãos por proclamar que o universo é regido por normas matemáticas. 7.Khadijah bint Khuwaylid (Oriente Médio - de 555 a 619) Esposa do profeta Maomé, foi também a primeira pessoa a se converter ao islamismo. Apesar das leis vigentes na época permitirem o poligamismo, Maomé manteve-a como sua única esposa por 24 anos. 8.Leonor da Aquitânia (Inglaterra - de 1112 a 1204) Rainha consorte da França e Inglaterra, seu instinto político e sagacidade a tornaram uma das mulheres mais influentes e poderosas da Idade Média. 9.Catarina de Siena (Itália - de 1347 a 1380) A Santa Catarina, apesar de analfabeta, ditou várias cartas e obras, em especialDiálogo sobre a Divina Providência , considerado pelos eclesiásticos como um dos maiores testemunhos do misticismo cristão e das idéias teológicas e espirituais. 10.Joana D´Arc (França - de 1412 a 1431) Santa padroeira da França, inspirada, segundo a lenda, por forças espirituais, foi a grande heroína da Guerra dos 100 anos e acabou queimada viva com apenas 19 anos de idade. 11.Catarina de Médici (França - de 1519 a 1589) Força política por trás dos 30 anos de guerra entre a Igreja Católica Romana e os Huguenotes franceses, foi a instigadora do Massacre de São Bartolomeu e grande patrona das artes na França. 12.Elisabeth I (Inglaterra - de 1533 a 1603) A precursora do grande Império Britânico, patrocinadora das artes e da cultura (ela que descobriu William Shakespeare), é ainda figura controversa entre os historiadores, que se dividem ao considerá-la uma grande governante e um mulher que fazia tudo pela metade. 13.Ana Pimentel (Portugal/Brasil por volta de 1534) Esposa de Martim Afonso de Souza, governou a capitania de São Vicente sem nunca ter posto os pés no Brasil, e foi quem ordenou o cultivo de cana de açúcar, laranja, arroz, trigo e criação de gado na região. 14.Dandara (Brasil - de 1664 a 1694) Esposa do Zumbi dos Palmares, foi uma guerreira feroz e brava defensora do quilombo. Suicidou-se para não voltar à condição de escrava. 15.Anne Bonny (Inglaterra - de 1700 a 1782) Pirata irlandesa, ficou conhecida por se destacar em uma ocupação essencialmente masculina, pilhando navios no Caribe junto com seu marido. Apesar de nunca ter comandando um navio, era conhecida por ser bonita, inteligente e muito estourada. 16.Émilie du Châtelet (França - de 1706 a 1749) Cientista, matemática e física, escreveu Dissertation sur la nature et la propagation du feu , com estudos sobre o fogo que serviram de base para o que hoje é conhecida como luz infravermelha e a natureza da luz. 17.Catarina, A Grande (Rússia - de 1729 a 1786) Imperatriz da Rússia, modernizou seu país, reformando todos os aspectos políticos e sociais e se tornando um dos maiores nomes do despotismo esclarecido. 18.Chica da Silva (Brasil - de 1740 a 1796) A escrava que se fez rainha, foi a primeira negra a alcançar prestígio e riqueza no Brasil após união consensual com o explorador de diamantes João Fernandes. Muitas de suas histórias entraram para o imaginário popular. 19.Mary Wollstonecraft (Inglaterra - de 1759 a 1797) Escritora britânica. Sua obra, Uma Defesa dos Direitos da Mulher , de 1790, é considerada a pedra fundamental do movimento feminista. Mary afirmava que o casamento era uma prostituição legalizada e que as esposas eram escravos convenientes. 20.Sacajawea (EUA - de 1786 a 1812) Índia norte-americana que auxiliou os ingleses Lewis e Clark a chegarem ao Oceano Pacífico em 1804. Tornou-se na América do Norte um símbolo da mulher independente, esforçada e com valor indiscutível. 21.Maria Quitéria (Brasil - de 1792 a 1853) Militar brasileira, disfarçou-se de homem para lutar na guerra da independência brasileira. Feita alferes por D. Pedro I, é considerada a Joana D´Arc do Brasil. 22.Marquesa de Santos (Brasil - de 1797 a 1867) Famosa por ter seduzido e se tornado amante de D. Pedro I, a marquesa foi, no fim de sua vida, uma humanitária, ajudando mendigos, famintos e doentes e patrocinando estudantes da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco em São Paulo. 23.Ana Néri (Brasil - de 1814 a 1880) Pioneira da enfermagem no Brasil, acompanhou seus filhos, soldados, na Guerra do Paraguai, prestando serviços médicos. Foi condecorada com as medalhas de prata humanitária e da campanha e recebeu do imperador Pedro II uma pensão vitalícia. 24.Rainha Vitória (Inglaterra - de 1819 a 1901) Grande condutora do Império Britânico no século 19, seu governo foi marcado pela revolução industrial, expansão colonial e mudanças drásticas na política, economia e cultura inglesa. 25.Florence Nightingale (Inglaterra - de 1820 a 1910) Enfermeira britânica, famosa pelo seu pioneirismo em tratar feridos de guerra e inventora da representação gráfica de dados, conhecida como gráfico pizza. Deu as bases para a enfermagem atual. 26.Susan B. Anthony (EUA - de 1820 a 1906) Pioneira no movimento feminista americano e europeu já no século 19. Fundou a associação sufragista americana e foi a primeira mulher a ter seu rosto estampado em uma moeda de circulação nacional nos EUA. 27.Anita Garibaldi (Brasil - de 1821 a 1849) Companheira de Giuseppe Garibaldi, é conhecida como a "Heroína dos Dois Mundos" por ter participado da Revolução Farroupilha no Brasil e da unificação da Itália. 28.Clara Barton (EUA - de 1821 a 1912) Fundadora da Cruz Vermelha Americana na época da Guerra Civil e presidente da organização por 22 anos, é referência como humanitária e universalista. 29.Princesa Isabel (Brasil - de 1846 a 1921) Princesa imperial do Brasil e primeira senadora da nação, aboliu a escravatura e defendia o voto feminino e a reforma agrária. Era partidária de idéias modernas, e sua postura era considerada avançada para a época. 30.Chiquinha Gonzaga (Brasil - de 1847 a 1935) Autora da primeira marcha carnavalesca, Ô Abre Alas , em 1899, primeira pianista de chorinho e primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil, além de ter sido ativista do abolicionismo e do movimento republicano. 31.Madame Curie (França - de 1867 a 1934) Junto com seu marido Pierre, foi Prêmio Nobel de Física de 1903 pelas suas pesquisas em radioatividade e Nobel em Química em 1911 pela descoberta dos elementos químicos rádio e polônio. 32.Helen Keller (EUA- de 1880 a 1968) Cega e surda, foi a primeira pessoa nessas condições a ganhar um diploma, graças especialmente ao trabalho de sua professora Anne Sullivan em torná-la apta para a sociedade, apesar de seus deficiências. Tornou-se escritora e ativista social. 33.Eleanor Roosevelt (EUA - de 1884 a 1962) A grande primeira dama americana, referência até hoje em seu país, foi ativista dos direitos humanos, e embaixadora na ONU, nomeada pelo presidente Harry Truman, após a morte de seu marido, Franklin Delano Roosevelt. 34.Tarsila de Amaral (Brasil - 1886 a 1973) Uma das maiores pintoras brasileiras, seu quadro Abaporu de 1928 inaugura o movimento antropofágico e foi a obra brasileira a alcançar o maior valor em um leilão internacional: 1,5 milhão de dólares. 35.Mary Phelps Jacob (EUA - de 1891 a 1970) Poeta, editora, pacifista e socialite novaiorquina, foi a inventora do sutiã, que livrou as mulheres da prisão do espartilho. 36.Bertha Lutz (Brasil - de 1894 a 1976) Pioneira do feminismo no Brasil, foi fundadora da Federação Brasileira para o Progresso Feminino e deputada federal no governo Getúlio Vargas. 37.Golda Meir (Israel - de 1898 a 1978) Uma das fundadoras do Estado de Israel e quarto primeiro-ministro do país, considerada firme em suas decisões, ganhou o apelido de "Dama de Ferro" (que depois foi passado a Margaret Thatcher). 38.Aracy de Carvalho Guimarães Rosa (Brasil - 1908) Única brasileira homenageada no Museu do Holocausto, segunda esposa de Guimarães Rosa, salvou mais de 100 judeus na segunda guerra emitindo passaportes para entrada ilegal dos refugiados no Brasil. Ainda vive. 39.Simone de Beauvoir (França - de 1908 a 1986) Escritora, filósofa existencialista e feminista francesa, uma de suas obras, O Segundo Sexo , traçou um perfil analítico sobre o papel das mulheres na sociedade moderna. Foi a companheira do também filósofo Jean Paul Sartre. 40.Madre Teresa de Calcutá (Índia - de 1910 a 1997) Missionária católica albanesa, considerada a maior do século 20, dedicou sua vida aos desprotegidos e pobres da Índia, por meio da sua congregação "Missionárias da Caridade". 41.Patrícia "Pagu" Galvão (Brasil - de 1910 a 1962) Escritora, jornalista e militante comunista brasileira, foi um dos grandes destaques no movimento modernista iniciado em 1922. Escreveu Parque Industrial , A Famosa Revista e Safra Macabra . 42.Rachel de Queiroz (Brasil - de 1910 a 2003) Jornalista, tradutora e romancista, foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras. Ganhou em 1993 o considerado Nobel da literatura portuguesa, o Prêmio Camões e é considerada a maior escritora brasileira. 43.Rosa Parks (EUA - de 1913 a 2005) Costureira americana, tornou-se símbolo do movimento civil pelos direitos dos negros ao recusar ceder seu lugar a um branco em um ônibus em 1955. Sua luta solitária acabou chegando aos ouvidos de Martin Luther King, que incitou os negros a recusar o transporte público branco. 44.Irmã Dulce (Brasil - de 1914 a 1992) Religiosa brasileira, destacou-se por seu trabalho de assistência aos pobres e aos necessitados e por suas inúmeras obras de caridade no nordeste, em especial na Bahia. 45.Eva Perón (Argentina- de 1919 a 1952) Segunda esposa de Juan Perón, foi a maior primeira-dama argentina, defensora dos direitos femininos e considerada líder espiritual da nação até hoje. 46.Margaret Thatcher (Inglaterra - 1925) Política britânica e primeira-ministra por 11 anos, ficou conhecida como "Dama de Ferro" devido à linha dura de seu governo. Batalhou greves, enfrentou a Argentina na Guerra das Malvinas e foi uma incansável inimiga da União Soviética e do comunismo. 47.Ruth Cardoso (Brasil - de 1930 a 2008) Antropóloga, professora da USP e, apesar de não apreciar o título, primeira-dama brasileira no governo Fernando Henrique Cardoso, criou o programa Comunidade Solidária de combate à exclusão social e à pobreza, destacando-se por sua idoneidade e princípios éticos. 48.Shere Hite (EUA - 1942) Sexóloga e feminista americana, chocou o mundo com seu Relatório Hite , focando principalmente na sexualidade feminina e em como a cultura individual afetava a vida sexual. 49.Leila Diniz (Brasil - de 1945 a 1972) Atriz à frente de seu tempo, escandalizou o governo militar e a sociedade brasileira no fim dos anos 60 e começo dos anos 70 por aparecer grávida na praia e admitir em entrevistas que "transava de manhã, de tarde e à noite". Odiada na época tanto pela direita quanto pela esquerda, tornou-se um símbolo da mulher brasileira emancipada e independente. 50.Maria da Penha (Brasil) Vítima de atentados praticados por seu ex-marido, sua luta e história inspiraram a lei de proteção das mulheres em casos de violência doméstica. Hoje é coordenadora da Associação de Estudos, Pesquisas e Publicações da Associação de Parentes e Amigos de Vítimas de Violência.

Mulheres na filosofia: elas pensam, logo existem

Mulheres na filosofia: elas pensam, logo existem 9 de março de 2016 Clarissa Viana Em comemoração ao dia da mulher, a professora Juliana Aggio organizou uma mesa de debates sobre as mulheres na filosofia. O evento aconteceu no campus São Lázaro, na Universidade Federal da Bahia (UFBA), e teve como convidadas Carla Oliveira (mestranda em filosofia), Laiz Fraga (Doutoranda em filosofia), Karla Sousa (mestranda em Filosofia) e Maíra Kubik (doutora em ciências Sociais). Durante as exposições, foi feito um resgate sobre como a mulher é tratada por diferentes correntes filosóficas ao longo da história. Pitágoras, 500 anos antes de cristo, dizia: “há um princípio bom, que criou o a ordem, a luz e o homem, e um princípio mau, que criou o caos, as trevas e a mulher”. Aristóteles, por sua vez, acreditava que a mulher era inferior ao homem, e escreveu que “o escravo não tem vontade; a criança tem, mas incompleta; a mulher tem, mas impotente”. Em Rousseau, “A mulher tem mais espírito, o homem mais gênio, a mulher observa, o homem raciocina”. Kant aconselha professores que ministrem aulas a mulheres que “não deves dar uma aula fria, especulativa, mas antes elegante, com floreios e ditos espirituosos. A sabedoria das mulheres não provém do pensamento, mas do sentimento”. Schopenhauer considera a mulher “um ser antes destinado a parir filhos fortes, e se há exceções no âmbito artístico e científico, são apenas as que confirmam a regra”, e Nietzsche foi explícito ao dizer que “se a mulher tem inclinações eruditas, geralmente há algo de errado com sua sexualidade”. Em comum, todos citam a “natureza feminina” como trivial e leviana. A mentalidade só muda por volta do século 18. Diderot, por exemplo, percebe que “a mulher é como o homem, ou seja, um ser humano” e Voltaire aponta alguma das injustiças que sofrem as mulheres. Condorcet não só as considera iguais aos homens, como atribui as diferenças a educação recebida por ambos. Do outro lado, há as mulheres filosofas, mas pouco conhecidas. Na Grécia antiga, por exemplo, houveram Aspásia (que ensinou filosofia a Sócrates), Deutina (que ensinou a Sócrates o amor pela filosofia), e Hipácia (lecionou na escola platônica) entre diversas outras. “Nós sequer ouvimos falar dessas filosofas, suas obras se perderam e eu mesma sou culpada por não falar delas a minhas alunas”, revela Juliana Aggio. “Para aqueles que duvidam, nossa academia segue machista. Em menor número e, em alguns casos, com menor agressividade ou pelo menos uma agressividade menos escancarada, mas há”, complementa. Também foi levantada a significação de algumas palavras de etimologia grega que são usadas hoje. Laiz Fraga, em sua fala, exibiu um artigo do The New York Times sobre pesquisa que analisava a presença feminina em debates mistos. Segundo o estudo, homens interrompem mulheres mais vezes do que o contrário, além de terem mais momentos de fala e intervenções mais longas que o sexo oposto, que só ganha em quantidade de falas ignoradas. “Participar de discussões frequentemente exige que mulheres assumam uma postura masculina pra impor sua fala, e precisem despender um esforço maior para falar e para ter sua fala levada a sério. Acredito que se essa pesquisa tivesse sido feita em alguma universidade brasileira, os resultados não seriam muito diferentes”, afirma. O 8 de março foi decidido como dia da mulher por causa de protestos operários nos Estados Unidos, principalmente um incêndio marcante que matou mais de 140 mulheres, em março de 1908. Maíra Kubik, que representava o Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (NEIM), chamou atenção para um outro fato: “É interessante pensar que, de repente, durante duas ou três semanas as mulheres se tornam um tema relevante e no resto do ano isso não acontece”. Karla Sousa, cuja pesquisa é voltada à filosofa Simone de Beauvoir, comentou que seus colegas e professores sempre perguntam o porquê dela estar fazendo mestrado em filosofia e não no NEIM, onde os estudos de gênero na UFBA estão concentrados – enquanto mulheres que estudam filosofia sejam poucas. Carla Oliveira, por sua vez, retomou o lugar dos estudos feministas na filosofia. “A teoria feminista não trata de assuntos particulares, menores ou marginais, como uma crença comum poderia compreender. Ela se insere dentro da própria construção filosófica”, define Carla Oliveira.  Para filosofar! • Leia o texto com atenção, destaque as idéias mais importantes que você encontrou e transcreva-as para o caderno. • Qual é sua opinião sobre a igualdade de direitos propostos como exigência para a sociedade atual?