quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A COMUNIDADE PRIMITIVA
Os primeiros grupos humanos de que temos notícias foram os bandos. Eram grupos de homens e mulheres que viviam da caça e da coleta de alimentos. Estavam sempre se mudando de um lugar para o outro. Viviam do que encontravam ao seu redor, fornecido pela natureza. Tudo o que era conseguido era repartido entre todos. Não havia desigualdades.
No entanto, o ser humano era dominado pelas forças da natureza, pelas chuvas, enchentes, feras selvagens. O homem, nessa época, vivia em completa dependência da natureza.
A evolução daí para frente foi importante no sentido de se libertar dessa dependência. A descoberta das ferramentas de trabalho foi o primeiro passo nessa direção. Milhares de anos se passaram e o ser humano foi aprendendo a manejar melhor suas mãos. Aos poucos foi elaborando e descobrindo os instrumentos de trabalho. No começo essas ferramentas eram, a pedra, o toco de lenha, um pedaço de osso. Mais tarde a pedra foi transformada em faca, pá, lança, machado. O ser humano aprendeu a transformar a natureza em benefício próprio, até garantir alimentos para quem precisasse.
Com o tempo, alguns bandos cresceram, foram se fixando em certas áreas e se organizando em tribos. Com o desenvolvimento das ferramentas, foram aprendendo a criar os animais e a plantar alimentos necessários.
As tribos foram o primeiro tipo de sociedade organizada. O nome dessa sociedade é comunidade primitiva, porque se tratava das primeiras organizações e tudo o que era produzido pertencia a todos. Os bens eram propriedades de todos.
Havia sim uma divisão, mas era uma divisão de tarefas, motivada por diferenças de idade e, principalmente de sexo. As mulheres cuidavam da casa, dos filhos, preparavam a comida, fabricavam objetos de cerâmica, etc. os homens se dedicavam à caça e a pesca, cuidavam dos rebanhos e lavravam a terra. Todos tinham a mesma importância na comunidade. A divisão de tarefas não causava desigualdades sociais entre os membros da tribo.
Todas as decisões eram tomadas em conjunto. O chefe da tribo era escolhido entre aqueles que tinham melhor capacidade de trabalho e de luta. Era respeitado pela sua coragem, experiência e dedicação. Tinha um papel de líder, de coordenador. Não explorava e nem oprimia as pessoas de sua tribo.
Com o tempo, a descoberta de novas técnicas e de novos instrumentos de trabalho possibilitou um grande aumento na produção. Os homens passaram a produzir muito mais do que precisavam para viver, mais do que consumiam. Começou a existir uma sobra, um excedente, que inicialmente era trocado entre outras tribos.
Com o surgimento dos excedentes, as tribos foram deixando de ser comunidade de iguais. Passaram a ser sociedades com um pouco de desigualdades. Ocorriam guerras entre as tribos e os prisioneiros capturados eram transformados em escravos.
Dentro das tribos a produção coletiva passou a ser controlada por alguns chefes de família. Eles passaram a se apropriar de uma parte da sobra para proveito de sua família. Os escravos que no início eram propriedades coletivas passaram a pertencer a propriedades particulares de alguns chefes de família.
Surgiu também a propriedade privada da terra que passou a ser cercada em pedaços. A plantação passou a pertencer aos proprietários. Os animais passaram a ser recolhidos como propriedade particular.
Com essas mudanças, a divisão natural do trabalho foi se transformando em desigualdade: os frutos do trabalho masculino foram sendo considerados mais importantes do que o trabalho feminino porque traziam riquezas e valor para a tribo. O trabalho da mulher foi sendo desperdiçado porque aparentemente não tinha valor econômico.
Milhares de anos atrás o fim da dominação exercida pela natureza sobre o ser humano ocorreu ao mesmo tempo em que começava a exploração do homem pelo homem. O ser humano passou a exercer uma ampla dominação sobre as forças da natureza.

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